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Modelos caríssimos de relógios ficam menores em nova tendência

Acessórios femininos encolhem até 20 milímetros na medida da caixa e 5 milímetros na da pulseira, lembrando delicados braceletes

Por Rosane Queiroz
Atualizado em 5 dez 2016, 12h20 - Publicado em 26 jun 2015, 19h20

A novidade atingiu o mercado de massa nos anos 1920: relógios que saltavam do bolso para enlaçar o punho com uma pulseira, mudando o gesto de consultar as horas de um aperto de mão firme para um deslocar sutil do braço, suspenso no ar como um movimento da bailarina Isadora Duncan. Não é de surpreender que em um ramo dominado por altas doses de testosterona, o artigo cuja invenção é atribuída a Santos Dumont para a joalheria Cartier tenha sido recebido como feminino. Ou pior, com alto poder efeminante.

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A indústria não se fez de rogada. Enquanto esperavam a total conversão do homem – o que só aconteceu com a imposição prática da II Guerra Mundial -, os fabricantes se esmeravam nos modelos para mulheres. Os relógios muito mais se assemelhavam a braceletes preciosos, caso do Cartier 1912, de diamantes, pulseira de pérolas e ônix, feito sob medida para uma princesa russa. Como o mundo dá voltas, os novos tempos trazem os relógios de pulso em tamanho mínimo, com espírito de joia feminina. Da medida-padrão atual dos modelos femininos – mostrador de 36 milímetros de diâmetro e pulseira de 14 milímetros de largura -,eles estão em pleno “encolhimento”.

Alguns têm redução mais tímida. A americana Bulova aposta em modelo todo de porcelana branca com 3 milímetros menos que a média. Na Cartier, a coleção Clé de Cartier tem caixa redonda de 31 milímetros, emoldurada por diamantes. A suíça Tag Heuer, que no século XIX elaborou peças com pulseira de 1 centímetro, também enxugou as medidas para chegar ao modelo de aço polido, que tem mostrador de 29 milímetros com fundo rosa de guilloché e onze diamantes. O Rendez-Vouz Date (29 300 reais), de Jaeger-Le-Coultre, guarda em sua caixinha de 27,5 milímetros a surpresa do calibre 966, um dos menores do cenário relojoeiro, que, no quesito miniaturização mecânica, está sempre buscando se superar.

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A Montblanc, por sua vez, lançou uma versão “reduzida” do modelo Bohème, o Date Automatic: dos originais 36 milímetros de mostrador, sobraram apenas 27. De ouro rosa ou branco, o Vacheron Constantin 1972 investe na caixa delgada, em formato de trapézio, sem economizarnos diamantes – 232 ao todo -, com uma leve curvatura que facilita o ajuste e bracelete com elos assimétricos e fecho “invisível”, que faz com que ele deslize suavemente no pulso. O mostrador oval de cristal de safira do Tiffany Cocktail, com movimento a quartzo, também economiza espaço por ser estreitinho.

A francesa Van Cleef & Arpels, com suas criações sempre femininas, acertou os ponteiros com a proposta ao apresentar o Charms Mini. De ouro branco ou amarelo, o relógio possui mostrador de 25 milímetros com fundo de guilloché branco e duas fileiras de diamantes no entorno. O pingente Alhambra, tradicional amuleto da grife, é um charme à parte. A pulseira fininha, de couro ou cetim, harmoniza com o design slim e é simples de ser trocada. Dá até para brincar com as cores, criando um lado vermelho e outro branco, por exemplo.

Entre os minimalistas radicais, nada se compara ao novo Faubourg, da Hermès: 15,5 milímetros de mostrador e pulseira de couro de 6 milímetros, superando até mesmo o Mini H, de 17,2 milímetros, até então o caçula da grife. “É um modelo elegante, clássico e contemporâneo ao mesmo tempo, que foi criado para mulheres que buscam um relógio único”, diz Philippe Delhotal, diretor de criação e desenvolvimento da divisão de relógios da Hermès (os preços variam entre 4 900 e 12 500 euros). Como o Faubourg, o Chanel Horlogerie faz caber toda a sua beleza em uma caixinha retangular de 16 milímetros, com apenas dois ponteiros de ouro amarelo sobre fundo preto – e pulseira de corrente.

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Na mesma linha, o La Mini D de Dior (mostrador de 19 milímetros) quase não tem ícones visíveis de marcação de tempo. Criado em 2003 por Victoire de Catellane, diretora artística de alta joalheria da Dior, o La D de Dior foi inspirado nos modelos masculinos dos anos 70. A nova versão, La MiniD de Dior, mantém o desenho original, mas ganha um toque feminino. O dial é de madrepérola negra com aro e coroa de diamantes, assim como a fivela que fecha a moderna pulseira de verniz fluorescente rosa ou laranja. Detalhe: o La MiniD vem com uma pulseira extra de cetim preta, dando mais uma opção ao look.

A ideia de certa versatilidade impera nos minirrelógios. Cravejados de diamantes ou com apenas uma sugestão de brilho, eles fazem algo que um modelo grande jamais conseguiria: deslizam entre o dia e a noite. “São joias para usar a qualquer hora”, diz Nicole Kramer-Axelrad, diretora de marketing da Piaget para a América Latina e o Caribe. A Piaget lançou uma coleção colorida, repleta de flores e folhas, inspirada na vista dos jardins da Riviera. A rosa, logotipo da relojoaria suíça, empresta sua forma ao relógios ecreto da linha Mediterranean Garden.

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As pétalas levam 668 diamantes com lapidação brilhante e escondem no miolo um micromostrador. O fininho porém intrincado bracelete exibe doze turmalinas verdes com lapidação pera e 488 diamantes com corte brilhante. O mesmo relógio, contudo, pode ter pulseira branca de cetim e caixa de ouro branco, com uma coroa de louros de diamantes. Nicole ressalta que a relação das mulheres com joias e relógios mudou nos últimos quinze anos. “Vemos mais liberdade de escolha em relação aos desenhos ou à maneira de usá-los. Essa nova atitude não é imposta pela medida ou pelo estilo do relógio, mas pelo prazer que a peça proporciona”, diz Nicole, lembrando que, até mesmo no competitivo mundo da alta joalheria, tamanho não é documento. 

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