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Vinhos ocupam lugar do chope em pizzarias

Casas passam a oferecer rótulos atraentes mantidos em adegas climatizadas

Por Arnaldo Lorençato
Atualizado em 5 dez 2016, 19h23 - Publicado em 18 set 2009, 20h34

Tempos atrás, pedir um chope ou uma cerveja parecia ser a única opção de bebida possível nas pizzarias paulistanas. Muito raramente se encontrava outro líquido, além de água e refrigerante, para acompanhar uma redonda. Carta de vinhos, nem pensar. Quando havia uma lista num cantinho do cardápio, a oferta não ia além de meia dúzia de rótulos previsíveis. Esse panorama desanimador começou a mudar nos últimos anos. Das 55 pizzarias indicadas no roteiro de Veja São Paulo, quinze delas mantêm uma boa seleção de tintos, brancos, rosés e até de espumantes. São casas que tratam bem o vinho, quase sempre mantido em adega climatizada. Nenhuma cave de pizzaria supera a da Ritto, na Vila Leopoldina. Montada há pouco mais de um ano, ela tem hoje 370 vinhos diferentes e ocupa uma bonita área de 80 metros quadrados que pode ser reservada para degustações de grupos de até dezoito pessoas. “Procuramos selecionar marcas que fugissem do lugar-comum”, diz o proprietário, Luiz Massella. Um dos cuidados do restaurateur, que desarrolha em média 350 garrafas por mês, é dispor de uma sommelière. Além de gerente, Silvia Mascella é formada pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e está encarregada de ajudar a clientela na escolha do tipo mais adequado à cobertura escolhida. Para a lapa, uma combinação de calabresa, mussarela e molho de tomate, ela costuma recomendar, por exemplo, o tinto espanhol Copa Real Plata 2004 (42 reais). A Oficina de Pizzas, com duas unidades na Vila Madalena, está à frente em número de escolhas. São 700, com predomínio dos italianos. “Quando montei a adega da Rua Purpurina, em 1998, tínhamos apenas seis garrafas”, lembra o dono, Vitor Lotufo. “Quase ninguém pedia vinho naquela época.” Apesar da oferta ampla, a casa perde pontos porque nem todas as sugestões da carta se encontram disponíveis. Além disso, o cliente sente falta de um profissional que saiba explicar as características de tantas opções. Em caso de dúvida, fique com as pedidas destacadas no cardápio com as taças, símbolos do guia italiano Gambero Rosso. A atraente carta da Avanhandava 34, no centro, não foi criada especialmente para ela. Trata-se de uma herança de dois restaurantes que também pertencem ao mesmo dono, a cantina Famiglia Mancini e o Walter Mancini Ristorante. Nela estão representados tanto o clássico português Periquita (48 reais) quanto o francês Château Teyssier (192 reais). A tradicional Speranza, cuja matriz fica no Bixiga e a filial em Moema, conta até com um rótulo próprio produzido pela vinícola gaúcha Salton. São os varietais tintos cabernet sauvignon, merlot, tannat e a branca chardonnay, a 29 reais cada um. Com paredes de vidro no centro do amplo salão, a adega da Cristal estimula o consumo. “Chegamos a vender 400 garrafas por mês”, afirma o gerente Jaime Mendes. Outro detalhe importante está na quantidade de meias garrafas: dezessete no total, entre as quais a do argentino Carrascal Weinert 2003 (22 reais) e a do chileno Tarapacá Gran Reserva 2003 (48 reais). Responsável pela organização das 1 100 garrafas nas estantes metálicas da adega climatizada, o garçom Alberto Lameu descreve com clareza cada vinho. Também indica algumas combinações interessantes. A rede Bráz adotou uma medida charmosa na carta recém-ampliada, que saltou de 34 para 48 rótulos. Desse total, dez de seus vinhos são servidos em jarras de 250 ou 500 mililitros. Entre os exemplos está o italiano orgânico Sangiovese 7Nardi, cuja menor medida custa 19 reais e a maior, 34 reais. “É uma alternativa para as mesas em que uma única pessoa toma vinho”, diz o sócio Edgard Bueno da Costa. “Essas quantidades permitem que o consumidor gaste menos e experimente duas variedades, se quiser.” Para não errar na hora do pedido, a sommelière e colunista do site de Veja São Paulo Alexandra Corvo dá algumas dicas. “Quem gosta de tinto e escolhe a margherita ou a popular dobradinha tomate seco e rúcula pode pedir um pinot noir leve”, indica. “Mas também cai bem um branco, em especial o chardonnay, como eu prefiro.” Se a pizza levar aliche, alcaparra ou azeitona, a recomendação fica com o cabernet sauvignon. Quando predominam vegetais, caso da abobrinha, nada melhor que um rosé português. Adegas no capricho Veja São Paulo selecionou as melhores caves entre 55 pizzarias da cidade: Avanhandava 34 – Rua Avanhandava, 25, centro, tel: 3231-0033. Brascatta – Rua Passo da Pátria, 1685, Alto da Lapa, tel: 3835-5159. Bros. – Rua Adolfo Tabacow, 170, Itaim Bibi, tel: 3078-1130/7566; Praça Vilaboim, 55, Higienópolis, tel: 3822-1374. Camelo – Rua Pamplona, 1873, Jardim Paulista, tel: 3887-8764. E mais três endereços Cristal – Rua Professor Artur Ramos, 551, Jardim Paulistano, tel: 3031-0828. I Vitelloni – Rua Conde Sílvio Álvares Penteado, 31, Pinheiros, tel: 3816-3071. Jullia – Rua Francisca Júlia, 465, Santana, tel: 6959-5077. La Via Blu – Rua Lopes Neto, 247, Itaim Bibi, tel: 3078-8868. Oficina de Pizzas – Rua Purpurina, 517, Vila Madalena, tel: 3816-3749; Rua Inácio Pereira da Rocha, 15, Vila Madalena, tel: 3813-8389. Carcamano/Primo Basílico – Rua Pedroso Alvarenga, 1127, Itaim Bibi, tel: 3079-0003/8797; Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1864, Jardim Paulistano, tel: 3082-8027. Rede Bráz – Rua Graúna, 125, Moema, tel: 5561-1736; Rua Vupabuçu, 271, Pinheiros, tel: 3037-7975; Rua Sergipe, 406, Higienópolis, tel: 3231-1554; Rua Gandavo, 447, Vila Mariana, tel: 5082-3800. Ritto – Rua Nanuque, 243, Vila Leopoldina, tel: 3836-2166. Sala Vip – Rua Cisplatina, 195, Ipiranga, tel: 6914-8181 (242 lugares); Avenida Jurema, 601, Moema, tel: 5055-9911 Speranza – Rua 13 de Maio, 1004, Bela Vista, tel: 3288-8502. Avenida Sabiá, 786, Moema, tel: 5051-1229/7615 Veridiana – Rua José Maria Lisboa, 493, Jardim Paulista, tel: 3559-9151.

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