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Venda de quadro liga João Doria a empresa citada na Lava Jato

Candidato à prefeitura disse que recebeu cheque da Link Projetos e Participações Ltda. como parte da venda de obra de arte avaliada em 28 000 reais 

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 16h06 - Publicado em 19 ago 2016, 13h27

O empresário João Doria, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, recebeu um cheque de 20 000 reais em dezembro de 2013 de uma empresa investigada pela Operação Lava Jato. O nome do tucano aparece uma vez em um extrato bancário da Link Projetos e Participações Ltda., sob suspeita do Ministério Público Federal de ser usada pela empreiteira Engevix para pagar propina ao almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear preso em 2015 pela força-tarefa.

Doria afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o cheque refere-se à venda de um quadro, ocorrida naquele ano, na galeria Pro Arte, no bairro Jardim América, em São Paulo. A galeria confirmou as informações apresentadas pelo candidato sem que a reportagem tivesse citado o nome de João Doria na ligação. 

Um representante da Pro Arte informou que o tucano havia colocado a venda um quadro do pintor carioca Orlando Teruz (1902-1984), vendido em dezembro de 2013, por 35 000 reais. Em sua declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral no início deste mês, o empresário declara um patrimônio de 179,7 milhões de reais – o maior entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo – sendo 34 milhões em obras de arte.

+Veja os bens mais caros declarados pelos candidatos à prefeitura

A informação sobre o cheque de 20 000 reais da Link Projetos a João Doria aparece na quebra de sigilo bancário da empresa decretada pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal no período de 2007 a 2015. Os dados mostram que o cheque foi compensado no dia 5 de dezembro de 2013 em nome de João Agripino da Costa Doria Júnior em uma conta no Citibank.

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Segundo a Pro Arte, o comprador do quadro, cujo nome não foi informado, usou o cheque da Link para fazer parte do pagamento da obra de arte, e o documento foi repassado ao candidato. Ao todo, o empresário teria recebido 28 000 reais pelo quadro, segundo a galeria, após o desconto da comissão.

O dono da Link, Victor Sergio Colavitti, admitiu em acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato que usou a empresa para fazer repasse de propinas da empreiteira Engevix ao almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva a pedido da empreiteira, a quem prestara serviços. A Engevix recebeu da Eletronuclear, entre 2011 e 2013, pelo menos 136,89 milhões de reais. Segundo Colavitti, foram feitos três contratos fictícios entre maio de 2010 e janeiro de 2013 entre a Link e a construtora no valor total de 1 milhão.

Os repasses, de acordo com Colavitti, foram feitos através de um outro contrato, de maio de 2010, entre a Link Projetos e a Aratec Engenharia, empresa do ex-presidente da Eletronuclear que executaria supostos serviços de revisão de projetos de engenharia nas áreas de mecânica e tubulação para a Link.

João Doria disse, por meio de sua assessoria, não ter nenhuma relação com Victor Sergio Colavitti. O tucano disse que não recebeu nenhuma outra quantia de Colavitti ou da Link Projetos. O empresário não é investigado pela Lava Jato.

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