Continua após publicidade

USP fecha laboratório que produzia a ‘pílula do câncer’

Fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida em São Carlos e supostamente seria capaz de curar diferentes tipos da doença

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 19h00 - Publicado em 1 abr 2016, 20h59

A Universidade de São Paulo (USP) fechou o laboratório em São Carlos (SP) que vinha produzindo a fosfoetanolamina sintética, conhecida por “pílula do câncer”. Ela estava sendo fabricada no Instituto de Química e era entregue a pacientes que obtiveram na Justiça liminar para o uso da substância, que não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

+ Fogo causa pânico entre alunos de academia no Itaim Bibi

+ Saiba quais clínicas que ainda têm vacina contra H1N1 abrem neste sábado

Nesta semana, porém, advogados e pacientes que foram à USP voltaram de mãos vazias. Na quinta (31), dois oficiais de Justiça com um mandado de busca e apreensão acompanharam a tentativa de retirada das pílulas no laboratório, mas o local estava lacrado.Funcionários contaram que a universidade não tem mais como cumprir as decisões judiciais. O motivo é que a substância deixou de ser produzida e não existe no laboratório qualquer estoque da substância. O fim da produção teria sido determinado pela reitoria da USP.

Continua após a publicidade

A reportagem não conseguiu um retorno da universidade para comentar esta decisão, mas houve a confirmação de que o laboratório foi mesmo fechado. Já os funcionários que trabalhavam para sintetizar a substância teriam sido transferidos para atuar no laboratório em Cravinhos (SP), onde a pílula será produzida para ser testada em humanos pelo governo do Estado.

A fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida em São Carlos e supostamente seria capaz de curar diferentes tipos de câncer. Os primeiros testes oficiais não confirmaram essa condição, mas pacientes em estado avançado da doença que usaram as pílulas garantem que elas dão resultado.”Minha mãe usou e o tumor dela reduziu”, afirma Mara Lúcia, em uma comunidade na internet que defende a substância. Já Daiani Coelho fez um desabafo emocionado porque tem câncer e está vivendo à base de morfina. Ela conseguiu na Justiça o direito às pílulas, porém, como pararam de ser produzidas está sem a substância.

“Eu me disponho a ser cobaia, se preciso, para viver um pouco mais”, disse a jovem que tem câncer no estômago. Amigos estão pedindo que quem tiver pílulas sobrando, doem a ela.

Continua após a publicidade

Denúncia

Apesar da defesa por parte dos pacientes, muitos médicos são contra a fosfoetanolamina, que sem estudos oficiais de eficácia, continua sem ser considerada um remédio. Nesta semana, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, recomendou que ela seja legalizada pela Anvisa como um suplemento alimentar.

Por sua vez, mesmo sem os testes oficiais, o Senado aprovou na semana passada um projeto de lei que permite a fabricação, distribuição e o uso da pílula. Já a Procuradoria da USP denunciou à Polícia Civil o pesquisador Gilberto Chierice, que desenvolveu a fórmula.

Continua após a publicidade

Ele foi acusado de curandeirismo e de crime contra a saúde pública, tendo prestado depoimento à polícia. O inquérito ainda está em andamento e Chierice segue defendendo a tese de que a fosfoetanolamina realmente seria capaz de combater o câncer.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.