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USP ameaça fechar canil

Com mais de 100 animais, reitoria quer fechar estabelecimento mantido por voluntários

Por Giovana Romani
Atualizado em 5 dez 2016, 18h49 - Publicado em 7 Maio 2010, 17h33

Foi uma barulhada só. De um lado, uma centena de protetores dos animais. Do outro, o coordenador do câmpus da Universidade de São Paulo, Antonio Marcos Massola, e o diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, José Antônio Visintin. Em questão, 110 cães sem dono de um abrigo localizado na Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp). Aberto em 2004, o canil amanheceu no último dia 26 com uma placa que informava sua desativação. Preocupados, defensores dos bichos começaram a se mobilizar. Na sexta (30), realizaram uma passeata pelas ruas da Cidade Universitária: com alguns totós na coleira, de rabinho abanando, mais de 100 pessoas caminharam rumo à reitoria. Chamaram pelo reitor aos uivos, deram um abraço simbólico no prédio da administração e — acredite — entoaram o Hino Nacional latindo.

Em comunicado oficial, a assessoria da universidade respondeu que o canil não seria desativado imediatamente. “Trata-se de um problema de saúde pública”, afirma Visintin. Em parceria com a Cocesp, o diretor reivindica o controle do espaço, até então mantido por voluntários do grupo Patinhas Online. De 2007 para cá, os protetores contabilizam 900 esterilizações e 300 doações de animais. Eles também monitoram e alimentam os 100 cachorros que vivem inexplicavelmente soltos na USP, causando risco para seus frequentadores. “Precisamos botar ordem na casa”, diz Visintin. “Panela em que todo mundo põe a mão, ou você come cru ou se queima.” Para ele, é preciso promover uma campanha educacional que abordaria desde a orientação contra a soltura dos cães até a adoção.

Um projeto com esses objetivos, o USP Convive, já existe há nove anos. “A ideia do canil surgiu daí”, afirma o atual coordenador do programa, Tibor Rabóczkay, professor do Instituto de Química. Criado para combater o problema crescente de animais abandonados nos domínios da universidade, o canil acabou esvaziado ao longo do tempo. “Houve falta de interesse dos participantes.” Foi então que entraram os voluntários, responsáveis por arrecadar 2 000 reais mensais para cobrir as despesas com veterinário. A ração é doada pela USP. “Não queremos ser excluídos”, diz Rafael Splichal, do Patinhas Online. Os apaixonados pelos bichos temem que, nas mãos de outras pessoas, cachorros idosos e doentes acabem sacrificados. “Quem deve dar esse diagnóstico é o médico veterinário, e não o protetor”, rebate Visintin. Vêm mais latidos por aí.

 

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