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A briga dos taxistas para não ficarem de fora dos corredores de ônibus

Prefeitura tem 45 dias para resolver a questão

Por Nathalia Zaccaro e Silas Colombo
Atualizado em 1 jun 2017, 17h27 - Publicado em 19 dez 2013, 18h05

Na manhã da última segunda (16), um grupo de aproximadamente sessenta taxistas saiu em protesto do centro com destino ao Aeroporto de Congonhas. A turma passou devagar e em fila indiana por avenidas como Douto rArnaldo, Paulista e 23 de Maio. Às 12h10, os manifestantes reuniram-se no Viaduto do Chá, em frente ao gabinete do prefeito Fernando Haddad. O evento contribuiu para tornar ainda mais caótico o trânsito naquele momento, que registrou um congestionamento de 102 quilômetros, índice acima da média para o horário.

O motivo da passeata sobre quatro rodas era a possibilidade de a prefeitura proibir os táxis de trafegar nos corredores de ônibus. Hoje isso é permitido, desde que estejam carregando passageiro. Caso contrário, os motoristas podem levar multade 127,69 reais. “Não faz sentido mudar a regra, pois isso só iria piorar ainda mais as coisas por aqui’’, afirma José Luiz dos Santos, que trabalha na cooperativa Use Táxi.

A polêmica começou há cerca de dois meses, quando o Ministério Público encomendou à Secretaria Municipal dos Transportes um estudo sobre o impacto dos carros de praça nos corredores.Segundo esse trabalho, que analisou dados de vias como as avenidas Rebouças e Ibirapuera ao longo de 45 dias, a velocidade dos coletivos, que em alguns pontos chega a 6 quilômetros por hora, está sendo reduzida em até 25% devido à presença dos táxis no mesmo espaço.

 

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Nas faixas exclusivas, onde os automóveis particulares não são permitidos, os velocímetros dos ônibus mantêm uma média de 20 quilômetros por hora, contra 16 nos corredores compartilhados. Desde 2004, os táxis têm o direito de circular nesses locais. Hoje, existem 109 quilômetrosde corredores compartilhados e a previsão é que esse número chegue a 259 até 2016.

Embora o investimento faça parte de um pacotec ujo objetivo é tornar mais eficiente o transporte coletivo (a ideia é aprovada por 77% dos motoristas paulistanos, segundo pesquisa recente do Datafolha), a velocidade de expansão do sistema trouxe alguns problemas. Em algumas vias, como a 23 de Maio, as faixas ainda estão subaproveitadas e os intervalos entre os ônibus chegam a durar minutos.

Segundos os motoristas de praça,  não é o veto a eles que vai eliminar esse problema de planejamento.“Ajudamos a tirar das ruas cerca de10 000 automóveis particulares todos os dias,sem interferir no percurso dos ônibus”, diz Natalício Bezerra Silva, presidente do Sindicatodos Taxistas Autônomos de São Paulo (SinditaxiSP). A entidade estima que, se a medida for aprovada, cerca de 17 000 paulistanos deixarãode usar o serviço.

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“As pessoas optam portáxis quando estão com pressa ou em emergências,é um direito do cidadão ter essa escolha”,completa Bezerra. Em um levantamento feito por VEJA SAO PAULO na semana passada, os táxis demorarão mais que o dobro de tempo para cumprir o mesmo percurso caso a medida seja aprovada (veja o quadro abaixo). Na terça (17), o promotor Maurício Ribeiro Lopes, do Ministério Público, deu 45 dias para que a prefeitura resolva o imbróglio com os motoristas.

“Vamos consultar a população, mas nossa opinião é que os táxis estão, sim, atrapalhando o fluxo”, diz Jilmar Tatto, secretário municipal de Transportes. “Várias categoriasacreditam ter direito às faixas livres, como a dos médicos e a dos condutores de perua escolar, mas a prioridade é o transporte público coletivo”, defende. “Não podemos abrir exceções.”

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