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Táxis desafiam a lei para transportar passageiros

Clandestinos: desde 1996 não se abrem vagas

Por Giuliana Bergamo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h31 - Publicado em 18 set 2009, 20h27

São Paulo tem uma frota de 32 000 táxis. Desde 1996 não se abrem vagas para quem deseja trabalhar com um desses carros na cidade. No mercado paralelo, no entanto, um táxi que opera no Aeroporto de Congonhas, considerado o ponto mais lucrativo da cidade, chega a custar 350 000 reais. Por isso, é cada vez mais comum a presença de carros de praça clandestinos em aeroportos, portas de casas noturnas, na saída de shows ou na frente de hotéis de luxo. No ano passado, o Departamento de Transportes Públicos (DTP), da prefeitura, apreendeu 587 táxis irregulares na cidade, 33% a mais que no ano anterior. “O resultado se deve, sobretudo, ao aumento no número de denúncias que recebemos”, diz Trajano Conrado Carneiro Neto, diretor do DTP.

Os irregulares são como camelôs: na maioria, querem apenas trabalhar duro, mas fazem concorrência desleal e eventualmente entram no terreno do engodo. “Como os taxímetros que usam não são submetidos às inspeções obrigatórias, é comum que eles cobrem valores exorbitantes de seus clientes”, diz Natalício Bezerra da Silva, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo. No caso, ainda mais exorbitantes que as tarifas cobradas pelos táxis oficiais. Identificar um táxi falso não é fácil. Boa parte deles imita muito bem as exigências da prefeitura: os carros, brancos, têm menos de dez anos de uso, as placas são pintadas de vermelho, os luminosos sobre o teto parecem verdadeiros e as tabelas de preço afixadas na janela são cópias das fornecidas pelo DTP. Os clandestinos costumam atuar principalmente à noite e em locais onde há grande demanda. Para ter certeza de que o táxi não é clandestino, o único jeito é só pegar carros em pontos oficiais ou ligar para disque-táxis.

Existe ainda outra modalidade de veículos irregulares: o serviço de carro com motorista oferecido por hotéis, atividade muito semelhante à do táxi de luxo, a mais alta categoria desse tipo de transporte na cidade. Um em cada dez táxis apreendidos no ano passado se encaixa nesse perfil. “O transporte remunerado de passageiros é uma tarefa exclusiva do taxista e tem de passar pelo aval da prefeitura”, informa Carneiro Neto. Embora evidentemente mais confiáveis, pois passam pelo filtro dos hotéis, os irregulares de luxo cobram preços fora da tabela do DTP. Ir de táxi de luxo regular do hotel Grand Hyatt São Paulo, no Brooklin Novo, ao Aeroporto de Guarulhos custa cerca de 150 reais. Já o hotel cobra 190 reais pelo mesmo percurso. O excesso de regulamentação, em vez de ajudar, atrapalha: existem atualmente apenas 130 táxis de luxo em São Paulo. Os taxistas regulares querem manter a reserva de mercado e, para aumentar o número atual, a Secretaria de Transportes segue um processo de lentidão garantida: a quantidade ideal de novos veículos está sendo avaliada por uma comissão.

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