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Sebastian Vettel: o recordista de precocidade

Desde sua estreia na F1, o garoto-prodígio, de 24 anos, vem pulverizando as principais marcas da categoria

Por Lemyr Martins
Atualizado em 5 dez 2016, 17h36 - Publicado em 18 nov 2011, 23h51

Sebastian Vettel, o alemãozinho de Heppenheim, cidade de 25.000 habitantes no sudoeste do país, é o piloto mais bem rotulado da história da Fórmula 1. Os elogios ao corredor de rosto corado e luzidio surgem aos borbotões, com superlativos bem mais generosos que os atribuídos a Ayrton Senna, Alain Prost, Lewis Hamilton e Fernando Alonso no início da carreira. Dono de uma personalidade forte, Seb, como é conhecido entre os amigos, não se deslumbra com os louvores e, na comparação com o compatriota Michael Schumacher, fica na coincidência de serem alemães: “Não sou o novo Schumacher, sou Vettel”, insiste.

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O novo prodígio das pistas é um especialista em recordes de precocidade na F1. Foi o mais novo piloto da categoria a marcar pontos, a conquistar a pole position, a ganhar um grande prêmio e a sagrar-se campeão, no ano passado, vencendo a prova de Interlagos de ponta a ponta. Agora, aos 24 anos, chega à corrida do Brasil já com o troféu da temporada garantido por antecipação em outubro, na etapa do Japão (com isso, virou também o bicampeão mais jovem de todos os tempos). Ele começou a competir aos 7 anos no kart e, desde cedo, andou na frente da concorrência, faturando os títulos de campeão júnior alemão e europeu, em 2001. Repetiu o sucesso na Fórmula BMW alemã (na qual só não venceu duas das vinte corridas) e foi vice na F3 Eurosséries. Ainda adolescente, despertou o interesse dos chefões da principal categoria do automobilismo.

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A BMW-Williams deu o primeiro lance em 2005, ao convidá-lo a assumir o cockpit num teste em Jerez de la Frontera, na Espanha. Gostou tanto do que viu que o contratou para a vaga de piloto-reserva, com a chance de guiar os seus bólidos durante os treinos livres das sextas-feiras dos grandes prêmios. Seb surpreendeu de novo. Marcou o melhor tempo no GP da Turquia e, duas semanas depois, repetiu a proeza em Monza, na Itália.

Mas foi no GP dos Estados Unidos de 2007 que ele abriu definitivamente seu caminho na elite do automobilismo, competindo pela primeira vez numa prova da categoria, para a Sauber, no lugar de Robert Kubica, acidentado na etapa anterior, no Canadá. Vettel classificou-se em sétimo no grid e fechou a estreia em oitavo. A performance promissora valeu um convite da Toro Rosso para entrar na vaga do americano Scott Speed nas sete corridas restantes do campeonato. Em 2008, o alemão marcou a sua primeira temporada completa. Conquistou a pole position e venceu o GP da Itália, batendo o recorde de temporão que pertencia a Fernando Alonso. Em 2009, já colocado pelos críticos no time dos favoritos, passou à Red Bull. Fechou o ano com quatro vitórias, nos GPs da China, Inglaterra, Japão e Abu Dhabi, o que lhe garantiu o segundo lugar da temporada, 11 pontos atrás de Jenson Button — 95 a 84. No Mundial passado, com 23 anos, quatro meses e onze dias, tornou- se o campeão mais jovem da F1.

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Claro, o prodígio não acumula apenas bons momentos nas competições. Cometeu os erros mais graves ao resistir às ultrapassagens, teimosia que quase sempre acabava em batida. Nos bastidores, Vettel tem fama de garoto mimado. É o favorito do chefão Christian Horner e protegido do ex-corredor Helmut Marko, consultor técnico do time e olhos e ouvidos de Dietrich Mateschitz, dono da escuderia. Horner gosta de destacar a facilidade com que o seu pupilo responde às inovações nos carros e no regulamento. Bastou uma bateria de testes para ele dominar o Kers, um dispositivo usado para aumentar a potência do motor na corrida. Vettel também utiliza com competência a regulagem da abertura da asa traseira, que diminui a resistência frontal do carro nas retas, facilitando as ultrapassagens. “Sebastian é muito determinado e trabalha duro”, afirmou o engenheiro Adrian Newey, projetista da Red Bull, numa entrevista recente ao site Autosport.

Com 1,74 metro e 64 quilos, Seb veste muito bem o RB7, um carro que foi desenhado para o seu manequim e que parece superior à competência do australiano Mark Webber, seu parceiro de escuderia. Ele chega a Interlagos com onze vitórias e 374 pontos — 119 a mais do que os 255 de Jenson Button, o segundo colocado. O prodígio precoce simplesmente pulverizou a F1 2011. Saiu bicampeão do Japão, mas não perdeu a fogosidade. Ganhou também o GP da Coreia e o da Índia, corrida na qual empatou com Ayrton Senna e Alain Prost no número de pole positions (treze), e ficou próximo do recorde de Nigel Mansell (catorze), marca que resiste há quase vinte anos. A façanha foi igualada por Vettel na semana passada, durante a prova dos Emirados Árabes. Nessa toada, não sobrará marca de pé na F1 enquanto o fenômeno de Heppenheim continuar acelerando.

 

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