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Minha gestão irá para os livros de história, afirma Haddad

Em entrevista, prefeito fala do "mau humor de 10 pontos na Escala Richter" e afirma que herdou cidade "inadministrável"

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 13h42 - Publicado em 15 dez 2014, 18h40

O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou, nesta segunda-feira (15), que herdou uma “cidade inadministrável” e que sua gestão vai “entrar para os livros de história”. As declarações foram dadas em entrevista ao programa Gabinete Aberto, transmitido ao vivo pelo site São Paulo Aberta, da própria prefeitura.  

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Haddad admitiu que há falhas em sua política de comunicação e afirmou ter cortado “pelo menos 20%” da verba de publicidade em relação à gestão de seu antecessor, Gilberto Kassab (PSD). Os gastos com propaganda do último prefeito chegaram a 100 milhões de reais. “A população não toma conhecimento de 90% dos feitos”, afirmou Haddad. 

O petista disse pouco se falou sobre a renegociação da dívida municipal da prefeitura com a União, tema importante para a saúde financeira da cidade. “Ninguém me ligou para pedir entrevista sobre isso”, reclamou. “A cidade estava inadministrável por causa de um contrato mal feito, que gerou uma dívida impagável de 60 bilhões de reais. Em 2016, tornaria ilegais as transferências voluntárias da União para o município. Nós nos tornaríamos inadimplentes e ficaria inviável para o meu sucessor.” Haddad diz que o recálculo da taxa de juros do contrato gerou uma economia de 26 bilhões para os cofres públicos, “mas ninguém quis saber”. 

Mau humor

Questionado sobre uma suposta antipatia da imprensa em relação ao seu mandato, o prefeito fez uma comparação. “É só você ver o Bom Dia São Paulo e o Bom Dia Rio (programas matinais da TV Globo). Aqui, o mau humor atinge dez pontos na Escala Richter. No Rio, é um ‘bom dia’ mesmo, um ‘bom dia’ que convida o cidadão. Talvez o carioca seja diferente, ou o editor seja diferente. Mas que tem algo muito estranho, tem.”

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Olho no futuro

Em tom autoconfiante, o prefeito afirmou que sua gestão será lembrada no futuro. “Sei o que minha gestão está fazendo do ponto de vista social. Plano Diretor não tem volta, mobilidade não tem volta, ciclovia, coleta seletiva não tem volta. Quando você escrever sobre São Paulo, academicamente, você vai se lembrar desse período como historiadores já estão escrevendo sobre meu período no Ministério da Educação.” 

 

Legado

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Para Haddad, o ano que passou foi melhor que 2013 para o seu governo. “Em 2013 tive dúvida se ia deixar um legado, achei que corria risco de não conseguir. Mas 2014 me deu a segurança de que o legado existirá. Se será reconhecido em 2016 (quando termina o mandato) não sei, mas no futuro será”, afirmou o prefeito, que considera já ter ganho “a pauta da mobilidade na cidade”. 

A cor vermelha

O petista se queixou do teor de algumas discussões na cidade. “Passamos meses decidindo a cor da ciclovia, quando vermelho é padrão internacional. Chegamos a ponto de considerar se, na ciclovia da Avenida Paulista, usaríamos a cor vermelha. Aí você imagina, ela vem vermelha pela Vergueiro, depois na Paulista passa a ser azul e volta a ser vermelha na Consolação. Sendo que o Masp é vermelho, é lindo. E nem existia PT quando o Masp foi pintado de vermelho.” Haddad completa que, por esse tipo de coisa, “a política em São Paulo é um pouquinho mais complicada” e que o cargo de prefeito “é o mais difícil do país”. 

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Cara de tucano

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“O Lula sempre me achou com cara de tucano. Eu já era ministro quando ele me disse: ‘eu sei que você nunca votou em mim’. Respondi: ‘Presidente, eu votei no senhor em todas as eleições, menos em 1982. Mas nunca votei com convicção”, revelou. Haddad contou ter sido repreendido por Marisa Letícia, mulher de Lula, pela afirmação. “Expliquei que não votei com convicção porque não o conhecia.” 

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