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Ruy Mendes Gonçalves: para a estante de Ruizinho

Aos 73 anos, o paulistano responsável por fazer da Saraiva a maior rede de livrarias do país, lança autobiografia em homenagem ao filho de 3 meses

Por Daniel Salles
Atualizado em 5 dez 2016, 19h04 - Publicado em 3 dez 2009, 14h30

O paulistano Ruy Mendes Gonçalves é um dos principais nomes do mercado de livros no Brasil. Como diretor-superintendente da Saraiva por quase trinta anos, ele foi o responsável pelo crescimento da editora, que começou como um sebo há 95 anos e hoje possui a rede de livrarias (98 lojas) que mais fatura no país. Aos 73 anos, no entanto, Gonçalves confessa ter lido pouquíssimos livros na vida. “Até pouco tempo atrás, só conseguia me debruçar sobre relatórios e pareceres de títulos nossos”, admite. Quando deixou o comando da Saraiva e passou a atuar apenas como vice-presidente do conselho administrativo da companhia, há cinco anos, o livreiro se descobriu fã de romances e biografias. “Lamento ter encontrado esse prazer tão tarde”, afirma ele, que acaba de lançar O Serelepe (Saraiva; 160 páginas; 29,90 reais), sua autobiografia.

Duas reviravoltas recentes o motivaram a publicar o livro. A primeira delas foi a notícia de que seria pai pela sexta vez. Fruto do casamento com Tatiane, 43 anos mais jovem, seu único filho homem, Ruy, nasceu em agosto, na terceira tentativa de fertilização in vitro. No começo do ano, durante o tratamento para combater uma anemia, soube que havia contraído a síndrome da medula displásica, uma grave doença que pode desencadear leucemia. Para vencer a moléstia, ele se submete a cinco sessões de quimioterapia todos os meses. “Não sei se terei tempo para contar minha história a meu caçula”, diz. “Por isso, achei melhor deixá-la por escrito.”

Formado em economia e pós-graduado em administração de empresas, Gonçalves ingressou na editora em 1969, por influência de sua primeira mulher, Maria Isabel Saraiva, com quem teve quatro filhas (ele teve ainda uma filha fora desse casamento). Morta em 1999, Isabel era neta de Joaquim Fonseca Saraiva, que em 1914 abriu uma loja de livros jurídicos usados no antigo Largo do Ouvidor, próximo à Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Apelidado pelos estudantes de “Conselheiro Saraiva”, em pouco tempo Fonseca passou a convidar professores para escrever obras editadas por ele. Estava criada a editora na qual Gonçalves reinaria por quase três décadas. Sob seu comando, a Saraiva, que faturou 1,2 bilhão de reais em 2008, tornou-se uma empresa de capital aberto e foi a primeira livraria a abrir uma megastore no Brasil. Inaugurada em 1996 com 80 000 itens nas prateleiras, a loja do Shopping Eldorado incentivou outras empresas, como a Cultura, a projetar espaços semelhantes. “Nosso objetivo atual é abrir unidades em regiões com escassez de livros, como o norte do país”, diz Gonçalves.

 

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