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Ruas Avanhandava e Oscar Freire: mais calçadas e menos fios

Depois de passarem por uma longa reforma, vias ressurgem com cara nova

Por Rodrigo Brancatelli e Sandra Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 19h22 - Publicado em 18 set 2009, 20h35

Para fazerem frente aos movimentados shopping centers da cidade, alguns corredores comerciais de São Paulo estão tomando um banho de loja. Ruas com perfis tão diferentes como a Amauri, no Itaim, a Joaquim Nabuco, no Brooklin, a Augusta, nos Jardins, e a 25 de Março, no centro, entre outras, receberam desde 2003 mais de 18 milhões de reais para repaginar o visual. As obras fazem parte do Programa Municipal de Intervenção em Ruas Comerciais, que estimula a parceria da prefeitura com empresas e associações de lojistas. Com o projeto, dois pontos turísticos paulistanos acabam de ganhar cara nova: a Oscar Freire, nos Jardins, e a Avanhandava, no centro. Ambas ficaram livres dos fios da rede elétrica em parte de sua extensão, tiveram as calçadas alargadas e contam agora com um novo paisagismo. Nos dois casos, a parceria com a iniciativa privada foi fundamental. Uma empresa de cartão de crédito bancou 30% do 1,3 milhão de reais necessário para as mudanças na Avanhandava. Outra operadora arcou com quase 50% do custo de 7,5 milhões de reais da plástica da Oscar Freire.

Desde 1980, a pequena e sinuosa Avanhandava serve como uma espécie de vitrine gastronômica da capital. Os paulistanos que costumam fazer fila para comer em um dos seus quatro restaurantes (entre eles o Famiglia Mancini, conhecido por seus generosos pratos de massa e por longas filas de espera) terão a partir do dia 20, data prevista para a reinauguração da rua, um novo cenário à sua volta. Foi o próprio empresário Walter Mancini, dono agora de seis endereços no quarteirão, quem idealizou a reforma dos primeiros 140 metros da via. Logo na entrada pela Rua Martins Fontes, vêem-se uma dupla de colunas de pedra e duas fontes. O ponto de táxi que existia ali havia quase 25 anos, uma banca de jornal, a área de estacionamento rotativo e seis árvores desapareceram. Em compensação, a Avanhandava recebeu 28 novas plantas. O piso é um capítulo à parte. Não há mais bocas-de-lobo. Toda chuva é absorvida pelo chão, revestido de blocos com pequenos vãos entre um e outro para ajudar no escoamento da água. As calçadas foram rebaixadas e tiveram sua largura duplicada. “Tentamos humanizar a Avanhandava e respeitar os pedestres”, diz Walter Mancini, que inaugura, no mesmo dia 20, uma lanchonete, um bar e uma galeria de arte.

Na Oscar Freire, as mudanças se espalham por cinco quarteirões, entre as ruas Melo Alves e Padre João Manoel (onde estão reunidas 150 lojas, entre elas algumas das grifes mais estreladas da cidade). Quando fez a entrega das obras, em dezembro, o prefeito Gilberto Kassab anunciou a extensão do projeto até a Alameda Casa Branca. Nessa primeira etapa, 100 postes foram retirados e substituídos por um sistema subterrâneo de redes e cabos. Ipês roxos, brancos e amarelos ocupam o lugar deles, num total de 78 árvores. O asfalto foi recapeado e as calçadas, niveladas, não castigam mais o salto das freqüentadoras do local. “As benfeitorias estimularam os comerciantes do entorno a incrementar suas lojas”, acredita o empresário Francisco Ventura, que reformou a fachada da ótica que administra há 25 anos na região. Calcula-se que atualmente a Oscar Freire receba cerca de 25 000 pessoas por dia. A expectativa da Associação dos Lojistas é que a reforma aumente em 20% o movimento. Com a revitalização, alguns comerciantes passaram a abrir as portas aos domingos. Em dois fins de semana, o trânsito foi bloqueado entre a Haddock Lobo e a Consolação para que esse trecho funcionasse como espaço de lazer.

O fechamento provocou polêmica entre alguns moradores dos 29 condomínios da Oscar Freire e, por isso, foi suspenso temporariamente. “É difícil chegar de carro até as casas e há muito barulho”, diz a presidente da Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreendedores de Cerqueira César (Samorcc), Célia Marcondes. Há também reclamações entre vizinhos da Avanhandava. “Além de termos sido obrigados a agüentar durante um ano o zunzunzum dos operários, agora temos o problema da falta de vagas”, queixa-se a médica Margarete Fagundes, moradora da rua há trinta anos. Nos próximos doze meses, pelo menos outros oito pontos comerciais enfrentarão uma rotina de muito barulho e quebradeira. A prefeitura pretende destinar em 2007 cerca de 8 milhões de reais para recuperar as ruas Benedito Andrade, em Pirituba, Doze de Outubro, na Lapa, Oriente, no Brás, Normandia, em Moema, entre outras. “Apesar do transtorno temporário, as reformas são imprescindíveis para resgatar os pólos comerciais da cidade, principalmente os da região central”, diz Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo. “As ruas precisavam de um estímulo como esse para retomar a força das vendas do passado.”

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