O músico paulistano Renato Dias e sua banda Sinhô Preto Velho preparam para janeiro o lançamento de Ka’umondá, um insólito CD de rap em tupi.
Por que o tupi?
Sempre freqüentei terreiros de umbanda. Certa vez, um dos caboclos conversou comigo numa língua indígena. Senti-me envergonhado por não entender nada e busquei ajuda na USP.
Quanto tempo levou para começar a compor no idioma?
Foram dois anos de aulas com o professor Júlio Pedrosa, especialista em tupi. Gostei da sonoridade musical da língua. Eu escrevia as letras e o professor as corrigia. Decorá-las é difícil – às vezes tenho até de recorrer a uma colinha nas gravações.
Sobre o que falam as canções?
As onze faixas tratam da guerra e da cultura dos tupinambás. Eles tinham o costume de matar e comer os prisioneiros. O disco é um ritual que incorpora ritmos diferentes como jazz, soul e rock na mesma música.