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Recordes da cidade de São Paulo

Um cemitério onde foi enterrado 1,5 milhão de pessoas, uma linha de ônibus que roda 101 quilômetros, uma orquestra com 1 100 integrantes e uma escola com 4 300 alunos. Confira a seguir esses e outros recordes da maior metrópole da América Latina

Por Edison Veiga
Atualizado em 6 dez 2016, 09h05 - Publicado em 18 set 2009, 20h29

O jogador de basquete mais alto

“Isso é um pé ou uma lancha?” Leonardo Di Pacce (tênis 47, calças 50 e camisas GGG) já se acostumou a ouvir piadinhas assim. Aos 23 anos, ele mede 2,09 metros e é o mais alto jogador de basquete em atividade na capital. De acordo com a Federação Paulista de Basquetebol, sua estatura é 17 centímetros acima da média. “Sempre fui o maior da turma”, conta. Na adolescência, o tamanho lhe rendia apelidos não muito simpáticos, como Girafa e Olívia Palito. Há um ano, Di Pacce é pivô do Esporte Clube Pinheiros. Mas como é viver na estratosfera? “Para tomar banho preciso abaixar a cabeça e na hora de dormir fico com os pés fora da cama”, diz. “Quando entro no meu Gol, ponho o banco do motorista todo para trás e ainda assim me sinto apertado.” E a namorada, também é grandona? “Não, não. Mede só 1,81 metro.” Ah, tá.

O maior quadro em exposição

Em 1885, quando soube que o arquiteto e engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi havia sido contratado para realizar o projeto de um monumento-edifício em homenagem à Independência do Brasil, o pintor Pedro Américo (1843-1905) veio para São Paulo. Já fazia algum tempo que ele tinha seu ateliê em Florença, na Itália. Aqui chegando, dedicou-se durante dois meses a analisar o terreno onde dom Pedro I teria declarado a emancipação política brasileira, além de realizar pesquisas históricas. Entre 1886 e 1888, já de volta à Europa, colocou pincéis à obra. E o fez em grande estilo: o óleo sobre tela Independência ou Morte mede 7,60 metros de comprimento por 4,15 metros de altura. “Tudo em um linho só, sem emendas”, afirma a historiadora Cecília de Salles Oliveira, diretora do Museu do Ipiranga e co-autora do livro O Brado do Ipiranga, em que analisa o quadro. Quando acabou a obra, Américo embarcou em nova viagem de navio para trazê-la, pessoalmente. Chegou aqui e o monumento-edifício não estava pronto. O quadro ficou guardado no Palácio do Governo da época e, depois, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ambos no centro. Só foi levado ao Museu do Ipiranga em 1894, onde está até hoje.

A maior banda já formada

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Na primeira edição da Virada Cul-tural, em novembro de 2005, o parque Playcenter sediou um evento peculiar: quarenta bandas e fanfarras, cada qual de uma cidade, se apresentaram ali. No domingo 20, ao meio-dia, todas elas executaram juntas o Hino Nacional e O Trenzinho do Caipira, de Villa-Lobos. “Mandei as partituras por e-mail a todas as bandas meses antes”, conta a musicista Vanda Lago, que organizou o evento. Trata-se da maior orquestra a se apresentar no país, segundo uma auditoria do RankBrasil, o livro dos recordes brasileiros. Foram 1 106 músicos tocando ao mesmo tempo.

O maior hospital

Quando foi inaugurado, em 1944, o Hospital das Clí-nicas (HC) tinha vinte médicos – que, naquele ano, atendiam treze pacientes por dia. Hoje, os 3 500 médicos do maior hospital da América Latina recebem quase 5 000 pessoas diariamente. Em uma área de 352 000 metros quadrados na Avenida Doutor Arnaldo, em Cerqueira César, estão distribuídos os sete institutos do complexo. Neles são realizados, todos os anos, 600 transplantes, 40 000 ci–rurgias e 65 000 internações. O orçamento para 2008 do HC é de 1 bilhão de reais.

O edifício mais alto

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Engana-se quem pensa que o prédio mais alto da cidade é o Edifício Itália, no centro. Com 160 metros e 42 andares, ele é o vice-campeão. O detentor do título de o maior arranha-céu paulistano é o Edifício Mirante do Vale, na Avenida Prestes Maia. São cinqüenta andares em 170 metros de altura. Foi projetado e construído em quatro anos pela empresa Waldomiro Zarzur Engenharia e Construções (ficou pronto em 1964). Desde então, a construtora – que hoje se chama W Zarzur – mantém seu escritório em um dos andares do prédio. “Tenho muito orgulho desta obra”, diz o proprietário, Waldomiro Zarzur. “Lembro que, na época, engenheiros de outros países nos contataram para saber como a fizemos.” Atualmente, funcionam ali 146 lojas, 812 salas e sessenta salões comerciais. Doze elevadores servem ao prédio de 75 000 metros quadrados, onde trabalham 10 000 pessoas.

A maior casa de shows

Um espetáculo reunindo as bandas Paralamas do Sucesso e Titãs- inaugurou, em 1999, aquela que se tornaria a maior casa de shows de São Paulo. Conforme a configuração – há apresentações em que o público fica acomodado em poltronas e outras em que todo mundo permanece em pé, pulando e dançando –, a capacidade do Credicard Hall, na Marginal Pinheiros, chega a 7 000 pessoas. Aliás, números superlativos não faltam ao espaço de 15 000 metros quadrados: foram investidos 34 milhões de reais em sua construção, há um estacionamento para 1 200 carros, o palco tem 720 metros quadrados e o pé-direito é de 30 metros. Em média, ocorrem ali setenta eventos por ano.

A maior multidão

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Considerada o principal evento do gênero no mundo, a parada gay paulistana detém o recorde de a maior multidão reunida na cidade. No ano passado, segundo a Polícia Militar, 3,1 milhões de pessoas participaram da festa, que se inicia na Avenida Paulista e termina na Praça Roosevelt. Foram sete horas e meia de agito. Há outros dois megaeventos comparáveis à parada: a Marcha para Jesus (que em 2007 concentrou 3 milhões de pessoas) e o réveillon na Paulista (2,3 milhões de pessoas na última virada).

A maior sala de cinema

São Paulo teve salas enormes. O Cine Ipiranga, por exemplo, tinha capacidade para 1 500 pessoas. Mas isso no tempo em que os paulistanos iam ver os filmes de terno, gravata e chapéu. Com o fim das salonas de rua, os shopping centers tornaram-se o endereço de grande parte das sessões. A maior sala de cinema da cidade atualmente é a 10 do Interlar Aricanduva Cinemark, aberta em 1998. Um programão para quem adora assistir a filmes com a galera, já que comporta 546 pessoas. Desde sua inauguração, o cinema exibe de quatro a seis sessões por dia. Está em cartaz a cópia dublada de Star Wars – The Clone Wars (veja resenha em Filmes, pág. 164).

O mês mais seco e o mais úmido

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De acordo com os registros da Estação Meteorológica do Instituto de Astro-nomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) – que mantém dados a partir de 1932 –, o mês mais seco da história foi julho deste ano, com índice de precipitação de 0,4 milímetro. “Isso porque tivemos um pouco de orvalho no início do mês”, afirma o meteorologista Paulo Marques dos Santos. Antes, o recorde de seca era julho de 1974 (0,5 milímetro). Já a maior chuvarada registrada foi em março de 1991: 470,7 milímetros – a média para o mês é de 180. Choveu até naquela que acabou se tornando a primeira (e esperadíssima) vitória de Ayrton Senna em Interlagos, no GP Brasil de Fórmula 1, no dia 24. Na medição de chuva, cada milímetro significa 1 litro por metro quadrado. Consi-derando o tamanho da capital, é como se durante aquele mês houvesse chovido por aqui o equivalente a 379 000 piscinas olímpicas. Haja guarda-chuva!

O maior origami

Foi na Vila Prudente, onde sempre morou, que o paulistano João José Del Valle (no detalhe) se apaixonou pela comida, pelos costumes e pela arte dos japoneses. Quando criança, era vizinho de uma família de orientais. “Aos 10 anos, aprendi a fazer origami”, conta. “Meu espírito é japonês.” Nunca mais abandonou o passatempo. No ano passado resolveu reaproveitar as folhas de papel usadas nas seções da Subprefeitura da Vila Prudente, onde trabalha como atendente. Em três meses, montou um imenso jacaré de 44 600 módulos – cada um feito com um pedaço de papel de 10 por 5 centímetros. É o maior origami do Brasil. A fauna do Pantanal é o tema predileto de Del Valle. Entre suas mais de 600 criações, há tuiuiús, papagaios, araras…

A maior bandeira já exibida

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É um ritual. Em clássico ou jogo importante tem bandeirão. Aquela imensa flâmula que, por instantes, encobre parte das arquibancadas. As torcidas organizadas costumam manter uma equipe responsável pela confecção, pela manutenção e pelo carregamento das megabandeiras. Para levar a maior delas aos estádios, por exemplo, a Gaviões da Fiel lança mão do trabalho de até sessenta torcedores. Ela vai toda enrolada em um caminhão e é revistada por policiais – que checam se, no seu interior, não há armas ou drogas. Nas arquibancadas, é aberta no início do primeiro e do segundo tempo e quando sai gol do Corinthians. O primeiro bandeirão corintiano foi feito em 1989. Media apenas 15 por 25 metros. O maior levou três meses para ficar pronto, em 1994. Estreou, como manda a tradição, no clássico contra o arqui-rival Palmeiras, medindo 35 por 100 metros. Após sucessivas reformas, foi ampliado. Chegou a ter 35 por 160 metros e a pesar mais de 1 tonelada. Em 2005, após a conquista do Campeonato Brasileiro, foi aposentado. “Ficou guardado por todo esse tempo e agora o picotamos em 1 500 pedaços”, conta o corintiano Vinicius dos Santos, do departamento de bandeiras da Gaviões. Os pedaços do bandeirão estão sendo vendidos em um kit – que vem com camiseta, boné, certificado e uma pequena réplica da flâmula – por 50 reais na sede da torcida. Todo o lucro será revertido na construção de um bandeirão ainda maior, orçado em 50 000 reais. O tamanho? “É segredo. Se divulgamos agora, vêm os porcos e tentam fazer um maior”, diz Santos.

O maior público de futebol

Final do Campeonato Paulista de 1977. Fazia 22 anos e oito meses que o Corinthians não conquistava uma taça importante. Contra a Ponte Preta, o clube tinha a grande chance de se redimir perante a gigantesca torcida. Pelo regulamento de então, o título ficaria com quem se desse melhor em uma série de três partidas. Na primeira, deu Timão: 1 a 0. Um público de 146 082 fiéis lotou o Morumbi (o equivalente à população da cidade de Itu) no dia 9 de outubro daquele ano, a imensa maioria com a esperança de ver a equipe alvinegra alcançar a segunda vitória. Os 138 032 pagantes renderam uma arrecadação que corresponderia a 1,8 milhão de reais em valores de hoje. A Ponte venceu, de virada, por 2 a 1. Mas os alvinegros paulistanos riram por último: na partida marcada para o dia 13, anotaram 1 a 0. Esse público nunca mais será alcançado no Morumbi. Após uma reforma, a capacidade do estádio foi reduzida para 80.000 pessoas.

Os dias mais frios e o mais quente

A Estação Meteorológica do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) mantém os registros das variações climáticas paulistanas desde 1932. Confira os maiores extremos já anotados

• Brrrr, que frio! Os termômetros marcaram 1,2 grau negativo duas vezes: em 2 de julho de 1942 e em 2 de agosto de 1955.

• Calor mesmo fez em 7 de dezembro de 1940: 35,6 graus.

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