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‘Rebu’ explora rede de ciúmes no palco

Tragicomédia impressiona pela direção segura e atuações precisas de um jovem elenco

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h45 - Publicado em 18 jun 2010, 23h07

Em março de 2008, uma montagem chegou do Rio de Janeiro para temporada no Sesc Avenida Paulista. Escrita por Jô Bilac e dirigida por Vinícius Arneiro, a tragicomédia ‘Cachorro!’ fartou-se de elogios, alguns exagerados, e chamou atenção para a criatividade do elenco. Dois anos depois, a companhia Teatro Independente volta com outra tragicomédia, desta vez sob o título de Rebu, superando o trabalho anterior numa notável prova de amadurecimento. Ainda mais se se levar em consideração que todos do grupo têm entre 24 e 26 anos.

Se ‘Cachorro!’ buscava referências no universo do dramaturgo Nelson Rodrigues, Rebu amplia a inspiração para a estética cinematográfica. Ambientada no século XIX, a trama um tanto soturna centra-se em um jovem casal (os atores Julia Marini e Paulo Verlings) que recebe uma carta da irmã dele (a atriz Carolina Pismel). Ela diz estar doente, precisando de hospedagem. Ainda insinua que levará alguém junto. O tal rebu se estabelece logo no primeiro contato entre as cunhadas. Em disparada crescem as hostilidades, sobretudo quando a dona da casa descobre que a visitante cuida de um bode cego (o ator Diego Becker) — e exige a permanência do animal na residência da família. Com raro domínio cênico, o diretor Vinícius Arneiro reduz ao máximo o absurdo da situação e fecha o foco nas tensões da convivência do quarteto em uma rede de ciúme. Diante de um cenário simples, limitado a uma cortina, os quatro atores evidenciam as rígidas marcações sem beirar a caricatura. Em composições precisas, reforçam as carências dos personagens criados por Jô Bilac.

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