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Passeata pacífica e confusão no Palácio dos Bandeirantes

Clima de paz predominou durante quase todo o ato contra o reajuste do transporte público

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 15h53 - Publicado em 18 jun 2013, 00h16

Ao som do Hino Nacional, a quinta manifestação contra o reajuste das tarifas do transporte público em São Paulo quase terminou sem problemas na noite desta segunda-feira (17). Apesar do clima de paz que tomou conta das ruas da cidade, um grupo de manifestantes derrubou o portão de ferro da entrada de visitantes do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. 

A Tropa de Choque tentou pedir calma. Mas, para evitar a invasão, a PM reagiu jogando bombas de gás lacrimogêneo. Durante a confusão, os passageiros de três ônibus que estavam no local sofreram com o efeito das bombas de efeito moral. Um dos veículos teve o vidro quebrado. 

Apesar disso, o mais pacifico dos atos que aconteceram nos últimos dias na capital paulista também foi o com o maior número de participantes. A Polícia Militar registrou 30 000 pessoas. Os organizadores falaram em 100 000 e pesquisa do Instituto Datafolha apontou 65 000.

Mesmo com a grande mobilização, tanto prefeito quanto governador não sinalizaram com a hipótese de reduzir o valor das passagens de ônibus, metrô e trem. Com isso, os manifestantes prometem parar a cidade novamente nesta terça-feira. A sexta manifestação tem concentração marcada para as 17h na Praça da Sé, região central.

Antes, às 9h, os organizadores do Movimento Passe Livre (MPL) foram convidados para participar da reunião extraordinária do Conselho da Cidade. O encontro vai discutir o transporte público na capital. 

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Ocupação

Divididos em três frentes, os participantes seguiram por caminhos diferentes, fechando algumas das principais vias da cidade, como as avenidas Paulista e Faria Lima, a Marginal Pinheiros e a Ponte Estaiada.

Seguindo uma tradição dos líderes do Movimento Passe Livre (MPL), o trajeto não foi divulgado com antecedência. Com ponto de encontro no Largo da Batata, os participantes seguiram dois trajetos. Um grupo seguiu pela Marginal Pinheiros, bloqueando o trânsito, até a Ponte Estaiada.

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Outro foi pela Avenida Faria Lima e se dividiu novamente com parte seguindo para a Avenida Paulista. A maioria, porém, continuou com os líderes do MPL até se encontrar com o primeiro grupo para bloquear os dois sentidos da Ponte Estaiada.

Após ocupar a ponte na Zona Sul, o público tomou caminhos diferentes, espalhando-se por diversos pontos da cidade e até mesmo recebendo o apoio de muitos moradores, que aplaudiam a passagem da marcha.

Com uma placa pendurada no pescoço com a frase “não toque nos meus filhos, governador”, José Gomes, de 63 anos, participou do ato. “Acho o protesto justo. Me empolguei”, disse o morador do Jardim Mirim. Ele contou que seus dois filhos também participaram.

Paz

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Após 4h de caminhada, as pessoas que estavam cansadas ficaram pelo caminho. Alguns, até mesmo sentaram e deitaram na Marginal Pinheiros. Muitas estações de trem e metrô ficaram lotadas. Na Berrini, alguns tentaram quebrar uma catraca para entrar sem pagar. Entretanto, os próprios manifestantes controlaram a situação e nenhum problema aconteceu.

Com o final da interdição da Ponte Estaiada, a Avenida Paulista voltou a se transformar no principal ponto de concentração. De forma pacífica, as pessoas foram ocupando aos poucos uma das vias mais famosas da cidade. Para chegar lá, manifestantes interditaram vias como as avenidas 23 de Maio e Brigadeiro Luís Antônio.

Durante o percurso, muitos foram aplaudidos pelos moradores. Ambulantes também aproveitaram a situação, vendendo churrasco, água, refrigerante e cerveja.

Confusão

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Um caso acabou com o clima de paz do quinto ato contra o preço da tarifa do ônibus. Parte dos manifestantes se concentrou em frente ao Palácio dos Bandeirantes. No lugar, alguns chutaram e tentaram pular o portão que estava fechado, além de arremessar objetos contra os policiais que estavam do outro lado.

Os homens da PM não reagiram com violência, evitando apenas a invasão do local. Alguns manifestantes mais tranquilos também ajudaram a acalmar os mais nervosos. Apesar disso, o portão foi derrubado. Com isso, a Tropa de Choque jogou bombas de efeito moral para evitar a invasão.

Causa

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Os protestos começaram logo após o reajuste da passagem de ônibus, metrô e trens de R$ 3,00 para R$ 3,20, no domingo (2). A tarifa não sofria alterações desde janeiro de 2011. A cota de junho para estudantes já será calculada com base no valor de R$ 1,60, o equivalente à metade do novo bilhete.

Publicada no Diário Oficial do último dia 25 de maio, a decisão do prefeito Fernando Haddad decretou um reajuste de 6,67%. Se fosse aplicada a inflação do período, a tarifa cheia chegaria a R$ 3,40.

O Ministério Público de São Paulo tentou negociar um prazo de 45 dias de trégua entre manifestantes e o poder público, mas não houve acordo.

Expediente

Participaram da cobertura de VEJASÃOPAULO.COM os jornalistas Adriana Ferreira, Amauri Arrais, Catharina Nakasima, Fábio Lemos Lopes, Milena Emilião, Maurício Xavier, Tiago Faria, Juliana Deodoro, Marcus Oliveira, João Batista Jr, Silas Colombo, Juliene Moretti, Carolina Romanini, Bruna Ribeiro, Adriano Conter, Mário Rodrigues, Lucas Lima e Silvana Garzaro.

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