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Propostas dos candidatos Marta Suplicy e Gilberto Kassab

Em sabatina promovida pela Editora Abril, os candidatos Gilberto Kassab e Marta Suplicy detalham seus programas para melhorar o ensino municipal

Por Camila Antunes
Atualizado em 5 dez 2016, 19h29 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Pesquisa do Ibope encomendada pelos grupos Abril, que publica Veja São Paulo, e Laureate International Universities, dono das faculdades Anhembi Morumbi, revelou que a educação aparece em quinto lugar na lista de preocupações dos brasileiros. Somente 1% dos entrevistados disse levar em conta as propostas para a melhoria da escola pública na hora de votar. Quando se considera a opinião dos paulistanos, o descaso também é flagrante: 59% não têm idéia do que o prefeito está fazendo nessa área. De zero a 10, os paulistanos dão nota 6,6 para a escola de seus filhos. Estão, portanto, satisfeitos.

Com o intuito de colocar a educação na pauta de discussões, a iniciativa que deu seqüência à pesquisa do Ibope foi um convite aos candidatos Gilberto Kassab e Marta Suplicy para falar sobre o tema. Kassab esteve na Editora Abril na terça-feira (21) e Marta, na quarta (22). Ao responderem a perguntas de especialistas e jornalistas, esclareceram propostas ainda pouco debatidas na campanha. O prefeito Gilberto Kassab, por exemplo, disse que, se for eleito, vai lançar em 2010 um sistema de gratificação por desempenho aos professores, atrelado à melhoria dos estudantes em exames oficiais de português e matemática. Com ele, o professor poderá receber bônus de até três salários adicionais. Marta, por sua vez, aventou uma idéia nova para resolver a carência de 150 000 vagas na educação infantil: “Nos moldes do ProUni, vamos pagar para a criança freqüentar uma creche particular”.

Os temas martelados nos jingles e nas propagandas, é claro, não ficaram de fora. Marta explicou por que a cidade tem necessidade de mais vinte CEUs. “Um quarto da população vive em bairros muito pobres, onde o CEU representa um instrumento de inclusão social”, afirmou. Kassab falou com orgulho do Programa Ler e Escrever. Desde junho de 2006, as salas de aula da 1ª série contam com a presença, além do professor, de um estagiário (estudante de pedagogia ou letras). A iniciativa resultou na redução de 30% para 15% da parcela de analfabetos funcionais na 2ª série. “Estamos começando a mudar a educação de São Paulo pela base”, disse o prefeito.

As idéias dos candidatos para cinco problemas

15% dos alunos saem da escola fundamental analfabetos funcionais (sabem ler, mas não entendem o que lêem)

O que Kassab propõe

Manter o programa Ler e Escrever, responsável por colocar um professor e um estagiário por turma na 1ª série. A medida, adotada em 2006, fez a taxa de estudantes que concluem a 2ª série sem estar alfabetizados cair de 30% para 15%. O prefeito também pretende dar continuidade à Prova São Paulo, aplicada uma vez por ano aos alunos de 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries, com a finalidade de construir um parâmetro de excelência municipal. Assim, as escolas poderão ser comparadas.

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O que Marta propõe

Criar o Núcleo de Acompanhamento e Avaliação, que vai monitorar o processo de ensino e propor um plano de ação específico para cada escola. Esse comitê levará em conta a nota obtida pelas escolas nas avaliações federais, como Prova Brasil e Saeb. Marta não está convencida de que o Programa Ler e Escrever deve continuar. Mas compromete-se a avaliá-lo.

Os estudantes ficam cinco horas por dia na escola. Em países desenvolvidos, seis horas ou mais

O que Kassab propõe

Acabar, até 2010, com as aulas vespertinas, das 11h às 15h, oferecidas hoje em 137 escolas. Nelas, o tempo de aula é de quatro horas. Gradualmente, Kassab quer ampliar a jornada escolar para sete horas, agregando ao currículo atividades como cursos de futebol e teatro. O espaço dos CEUs e Clubes-Escola poderá ser usado por toda a rede.

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O que Marta propõe

Integrar a rede de CEUs às demais escolas, a fim de que todos os estudantes possam complementar sua formação, participando de cursos e atividades esportivas, além de assistir a peças de teatro e filmes. O projeto inclui transporte gratuito para levar as crianças de uma escola a outra. No caso das creches, a previsão é atender por até dez horas as crianças cuja mãe precise trabalhar.

Os professores se dizem desmotivados, embora o salário-base da rede municipal (1 990 reais) seja o dobro do piso nacional (950 reais)

O que Kassab propõe

Copiar o modelo de gratificação por desempenho da rede estadual, pelo qual o professor pode receber bônus anuais de até três salários. O sistema, segundo o candidato, seria lançado em 2010 e teria como base os resultados obtidos pelas escolas na Prova São Paulo.

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O que Marta propõe

Reinstalar um programa de premiação que dê mais dinheiro às escolas que, além de ensinar bem, mantiverem seu espaço limpo e bem-cuidado. Pretende estudar uma forma de dar aumento aos professores que deixarem de lecionar em várias escolas para se dedicar a apenas uma. Os técnicos que a assessoram estimam que esse seja o caso de 40% dos mestres.

Faltam cerca de 150 000 vagas nas creches e pré-escolas

O que Kassab propõe

Construir oitenta novas unidades e ampliar as parcerias com instituições privadas. Das 1 264 creches existentes hoje, 909 têm gestão privada, mas vivem do dinheiro público.

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O que Marta propõe

Um programa nos mesmos moldes do ProUni, do governo federal. A prefeitura pagaria mensalidades de crianças carentes em creches particulares. Nos vinte CEUs que a candidata pretende construir, há previsão de turmas de pré-escola.

57% dos colégios municipais não têm quadra esportiva e 48% carecem de laboratório de informática

O que Kassab propõe

Construir mais quarenta escolas de ensino fundamental, da 1ª à 8ª séries, equipadas com laboratório de informática e biblioteca. E inaugurar parcialmente onze CEUs para receber alunos em fevereiro, no início do próximo ano letivo.

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O que Marta propõe

Construir vinte CEUs em regiões carentes e integrar essas escolas às demais da rede, a fim de que todos os estudantes desfrutem uma programação cultural e esportiva comum.

A rede municipal em números

1,1 milhão de alunos

52 170 professores

909 creches particulares mantidas com verba pública

726 centros de educação infantil, que atendem crianças de 3 a 6 anos

470 escolas de ensino fundamental (1ª a 8ª séries)

34 Centros Educacionais Unificados (CEUs)

4,3 é a média da rede no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, cuja escala vai de zero a 10

Fontes: Inep e Secretaria Municipal de Educação

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