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Prefeitura anuncia projetos para revitalizar regiões ao redor da CPTM

Intervenções ao redor das linhas Rubi e Turquesa dependem da aprovação da Câmara Municipal

Por Daniel Salles
Atualizado em 29 dez 2016, 14h31 - Publicado em 7 Maio 2010, 18h24

A inauguração da primeira ferrovia paulista, em 1867, entre Santos e Jundiaí, ajudou a escoar o café produzido no interior e a impulsionar o desenvolvimento de todo o estado. Iniciativa do barão de Mauá, a linha cortava a capital no sentido leste-oeste e incentivou a transformação de bairros como Mooca, Barra Funda e Lapa. Mais de um século depois, a partir dos anos 1970, porém, com o fechamento de diversas fábricas ao longo dos trilhos, algumas dessas áreas ficaram ociosas. Para tentar frear a consequente degradação, a prefeitura anunciou na semana passada a criação de duas intervenções urbanas no entorno da antiga ferrovia. Trata-se de operações em que se pode pagar para construir acima da metragem máxima permitida para determinados locais. O valor arrecadado precisa ser gasto com obras de infraestrutura na própria região. Criada em 2004 para repaginar bairros da Zona Sul, a Operação Urbana Água Espraiada, por exemplo, rendeu aos cofres públicos 790 milhões de reais. Com parte desse dinheiro, foi construída a Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira. 

Prefeitura de São Paulo

Duas das três áreas que receberão as melhorias ficam no entorno de linhas da CPTM

As intervenções ao redor da primeira estrada de ferro de São Paulo — hoje convertida nas linhas 7 – Rubi e 10 – Turquesa, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) — dependem da aprovação da Câmara Municipal. Está em pauta a revitalização de 2 100 hectares (o equivalente a treze parques do Ibirapuera) entre a Lapa, na Zona Oeste, e o Brás, no centro. O projeto prevê o alargamento de ruas e a criação de córregos arborizados a céu aberto, além da transformação dos trilhos dos trens em ramais subterrâneos. O terreno no qual hoje correm os vagões dará lugar a uma avenida com oito faixas e ciclovia. Assim, em tese, o Minhocão poderá ser demolido. “Tanto a ferrovia como o elevado funcionam como barreiras que impedem não só a circulação da população como o desenvolvimento de diversos bairros”, afirma Miguel Luiz Bucalem, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano. Uma área de 1 500 hectares entre a Mooca e a Vila Carioca, na Zona Leste, também receberá melhorias, como novas ruas e jardins. “Essas medidas vão estimular o repovoamento da orla ferroviária e atrair empreendimentos imobiliários”, afirma o prefeito Gilberto Kassab. Atualmente, a região é habitada por 135 000 paulistanos — a meta é atrair outros 400 000 moradores até 2030. 

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A administração municipal divulgou ainda uma operação urbana às margens da Avenida Jacu-Pêssego, na Zona Leste, com seus 16 quilômetros de extensão. Ela abrange uma área de 11 000 hectares, entre Itaquera e o Parque do Carmo. Proporcionalmente, essa região possui um dos índices de emprego mais baixos do município: 96 000 postos de trabalho para 1,2 milhão de moradores. “Essas pessoas são obrigadas a trabalhar em localidades distantes, o que sobrecarrega nosso sistema público de transporte”, diz Bucalem. Para reverter esse quadro, serão concedidos descontos em tributos municipais, como o imposto predial e territorial urbano (IPTU) e o imposto sobre serviços (ISS), a empresas que quiserem se instalar ali. A criação de parques, a reforma de córregos e a urbanização de favelas estão prometidas. Se pelo menos parte desse ambicioso plano sair realmente do papel, essas regiões terão muito a ganhar. Assim como toda a cidade.

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