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Prefeitura quer guarda-civil com arma de PM

Hoje, os cerca de 6 000 membros da GCM usam revólveres de calibre 38 ou pistolas 380

Por Estadão Conteúdo
4 jul 2017, 08h25

A gestão João Doria (PSDB) quer armar a Guarda Civil Metropolitana (GCM) da cidade com munição calibre .40 usado pelas Polícias Militar e Civil de São Paulo. Para realizar a troca, a Prefeitura deve pedir autorização ao Exército na próxima semana, segundo afirmou ontem o secretário de Segurança Urbana, o coronel da PM José Roberto Rodrigues de Oliveira.

Hoje, os cerca de 6 000 membros da GCM usam revólveres de calibre 38 ou pistolas 380. Na visão de Oliveira, porém, além de esses calibres não serem os mais adequados, a troca permitirá à GCM receber doação de armas das polícias estaduais.
“Vou até o Ministério do Exército conversar e ver o que a gente precisa fazer para poder mudar,” afirmou ontem o secretário, durante a inauguração da reforma dos Arcos do Jânio, na região central. “A melhor arma para utilizar em multidão, na cidade, é a de munição .40”, disse. “Nossa ação tem de ser muito direta e contra o agressor.”

Um dos motivos para a mudança, segundo Oliveira, é que a .40 tem maior stopping power, ou seja, maior poder de deter um oponente com um único disparo. “Ele (o tiro) para o agressor e não transfixa (atravessa), então não pega em inocente.”
Historicamente, o uso de armamentos mais potentes e a ampliação de atividades dos GCMs dividem opiniões. Para críticos, há risco de guardas- civis realizarem funções da PM.
“Academicamente falando, existe uma preocupação com o policiamento municipal, no pequeno município. Um medo de que a guarda vire uma ‘guarda pretoriana’”, ponderou Oliveira. “Como a cidade é muito grande, você não tem essa relação aqui”, disse. “A gente tem de entender que, infelizmente, tem bandido de sobra ainda.”

O coronel reformado da PM José Vicente Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, defende a troca. “Se o guarda já está armado, é importante pensar na eficiência da arma”, disse. “Não quer dizer que o GCM vai ficar mais militarizado, mais guerreiro, por causa disso.”

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Para Filho, entretanto, é fundamental que a mudança seja acompanhada por treinamento. “Significa 200 tiros para adaptação à nova arma e mais 100 a cada ano.”

Já para Guaracy Mingardi, sociólogo e ex-secretário de Segurança Pública de Guarulhos, a mudança sinaliza uma GCM mais “bélica” e voltada ao confronto. “A prioridade deveria ser de achar o nicho institucional da GCM e evitar que tenha finalidade igual à da PM.”

Na visão dele, a GCM deve atuar em policiamentos mais “leves”, de forma complementar. “Deve estar onde não precisa da PM: em locais com grande concentração de pedestres, como no Minhocão à noite, por exemplo.”

A região da Cracolândia, no centro, foi palco de novo tumulto nesta segunda de manhã em ação dos GCMs no “fluxo” de usuários de drogas. “Quando você vai colaborar com a prefeitura regional para limpeza, causa um desconforto: isso que aconteceu”, disse Oliveira. Ele também defendeu um combate maior à entrada de “lixo” no fluxo. “Não é possível admitir um sofá para ser utilizado ali, se já existe uma tenda para ficar sentado, assistir televisão.”

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