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Portão é instalado na entrada de túnel para coibir “Buraco da Minhoca”

Local sob o Minhocão era usado para festas. Moradores se queixavam do barulho. Organizadores dos eventos reclamam da decisão

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 5 dez 2016, 12h40 - Publicado em 23 mar 2015, 20h12

A Subprefeitura da Sé instalou na última quinta-feira (19) um portão na entrada do túnel que dá acesso à ligação leste-oeste, logo abaixo da Praça Roosevelt, na região central da cidade. As grades, que são fechadas à noite e aos domingos, foram colocadas a pedido da Promotoria de Meio Ambiente. O órgão abriu um inquérito civil para investigar reclamações de vizinhos e moradores da região sobre o barulho causado pelas festas no local.

Há pouco mais de um ano, o túnel foi batizado por ativistas como Buraco da Minhoca e se tornou um espaço para intervenções, festas e ações de diferentes grupos na capital. Enquanto moradores reclamam de ruído, organizadores dos eventos afirmam que decisão é arbitrária e que não foram chamados para diálogo.

“Fazem barulho em cima da praça, debaixo da praça, na porta da nossa casa. Alguém tem que fazer cumprir os direitos dos moradores. Tudo que queremos é dormir, mas somos castigados com o barulho”, afirma Marta Lilia Porta, presidente da Associação de Moradores e Amigos da Consolação e Adjacências (Amacon), responsável pela denúncia ao Ministério Público.

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“É triste, revoltante e preocupante perceber como o poder público está ajudando a promover o cerceamento de ideias criativas. Esta ação vai no sentido de uma gentrificação e anulação da cultura local”, responde a gerente de projetos Ana Cláudia Banin, integrante do grupo que promove ações no espaço. Segundo ela, os organizadores de atividades sempre se preocuparam com horários e utilizavam medidores de decibéis dentro e fora do túnel.

A decisão de colocar o portão surgiu após duas reuniões no Ministério Público, das quais participaram órgãos municipais como CET, Guarda Civil e Subprefeitura da Sé, além da Polícia Militar e a associação de moradores. Ana Cláudia afirma que os ativistas não foram chamados para os encontros. “Tentamos ao longo do ano fazer reuniões e conversar com os moradores para entender os limites necessários, mas isso não andou. No fim, o poder público deu muito mais ouvidos para eles”, diz.

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De acordo com o subprefeito da Sé, Alcides Amazonas, o espaço não era o mais adequado para realizar eventos e estava sendo usado de forma irregular. “Resolvemos acatar o pedido do Ministério Público para proteger todos: os que frequentavam o espaço e os moradores.” O subprefeito conta que chegou a se reunir com coletivos e discutir outras opções de espaços na cidade, mas não obteve retorno.

Ana Cláudia afirma que que os grupos irão procurar a prefeitura para contestar a ação. “Não é porque algumas pessoas não gostam que as atividades têm que deixar de existir.” Enquanto isso, os moradores comemoram a instalação das grades. “Com certeza o pessoal descansou no último domingo. E muito”, diz a presidente da Amacon, Marta Lília Porta.

  

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