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Paulo Pasta abre segunda individual na Galeria Millan

Com oito óleos recentes de grandes dimensões e seis estudos pequenos, pintor volta a se dedicar a experimentos cromáticos

Por Adriano Conter
Atualizado em 5 dez 2016, 17h08 - Publicado em 1 jun 2012, 18h52

Aos 53 anos, Paulo Pasta apresenta sua segunda individual na Galeria Millan, a partir de hoje (1º). Com oito óleos recentes de grandes dimensões e seis estudos pequenos, “Pinturas: 2011/2012” dá segmento à exposição “Sobrevisíveis”, realizada pelo artista no Centro Universitário Maria Antonia, em 2011. Pasta volta a se dedicar a experimentos cromáticos, linhagem que começou com nomes como Henri Matisse, Mark Rothko, Giorgio Morandi e Alfredo Volpi, que chegou a conhecer.

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A exibição marca ainda o lançamento do livro “Educação pela Leitura”, uma coletânea de textos do pintor editada pela WMF Martins Fontes. Confira a entrevista abaixo:

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VEJA SÃO PAULO — O senhor já disse que não consegue criar do abstrato sem antes pensar em algum tema. Há alguma inspiração que une as telas exibidas na Galeria Millan?
Paulo Pasta —
Não. O tema não deve ser muito forte. Funciona apenas como um esquema, algo longe de figuras naturalistas. Serve como um pretexto para construir o espaço da pintura. Caso contrário, o trabalho se torna muito aleatório. Gosto quando um determinado tema surge de outro. Um lápis apontado aparece entre duas colunas, por exemplo.

VEJA SÃO PAULO — A mostra traz obras muito recentes. Ao olhar para trás, como o senhor acha que elas se relacionam com sua produção anterior?
Paulo Pasta —
Abandonei um processo de revelar certa memória da própria pintura, que aparecia quando eu raspava a superfície do quadro e suas diversas camadas de tinta. Um método quase arqueológico. Migrei para o poder das cores, mais fluido, dinâmico, rápido e luminoso.

VEJA SÃO PAULO — O vermelho já foi muito presente em suas composições. O matiz ainda lhe desperta grande fascinação?
Paulo Pasta —
A preferência entre as cores vai migrando. De qualquer forma, gosto que todas elas apresentem luz. Procuro levá-las até o limite, até onde aguenta a saturação. Como as frutas, que atingem o máximo de sabor quando estão no máximo de sua cor.

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VEJA SÃO PAULO — No mezanino da Millan o senhor tem dois quadros com mesmo desenho e motivo, mas um é claro e o outro é escuro. O que quis dizer com a montagem?
Paulo Pasta —
Elas estão montadas dessa forma para criar uma sugestão de estado. A estrutura está lá, mas a cor tem o poder de modificá-la. Entre elas existe uma indeterminação.

VEJA SÃO PAULO — Por que o senhor decidiu reunir seus textos agora, em “Educação pela Leitura”?
Paulo Pasta —
Muitas pessoas me incentivaram. É um livro modesto e pequeno. Em dois textos, falo do meu trabalho. Nos demais, abordo Matisse, Iberê Camargo, Zé Antônio da Silva… Faltaram nomes como Volpi e Jasper Johnes. Talvez no próximo.

VEJA SÃO PAULO — Todos estes artistas têm muita relação com sua técnica. Mas existe um capítulo sobre Andy Warhol também, não é?
Paulo Pasta —
Foi um desafio. É como se ele fosse a antítese do que faço e talvez por isso eu goste tanto. Ele foi um gênio. Ninguém revelou o vazio tão bem.

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VEJA SÃO PAULO — Além do vazio, o silêncio também é um de seus principais interesses?
Paulo Pasta —
É o maior luxo do mundo e vai se tornar o artigo mais caro também. O barulho é barato. Amilcar [de Castro] falava para mim: ‘O silêncio é a moradia da cor’. Também acho. Ele era o homem da economia, da precisão, do ajuste.

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