Paulista tem protestos pró e contra Lula após condenação
Na noite desta quinta (12), havia grupos em frente ao Masp e à Fiesp
A condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro inspira duas manifestações que acontecem na noite desta quarta (12) na Avenida Paulista. Por volta das 19h30, cerca de 500 pessoas ocupavam o trecho na altura do vão do Masp, em favor do ex-presidente. Do outro lado da via, na Fiesp, um grupo menor – e bem mais ruidoso – soltava fogos de artifício.
Entoando gritos de guerra favoráveis ao ex-presidente, os manifestantes pró-Lula levavam cartazes com dizeres como ‘abaixo o golpe’ e ‘Farsa a Jato’. Um grupo carregava tambores e chocalhos. O ato foi convocado pela Frente Brasil Popular, que reúne dezenas de entidades de esquerda e tem participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Partido da Causa Operária (PCO).
Ocupando uma faixa da avenida, os que festejam a condenação carregam bandeiras do Brasil e cartazes com ‘Lula na Cadeia’ e ‘condenado’. Houve troca de insultos quando um passageiro de ônibus gritou palavras contrárias ao ato. Na calçada, um carro de som tocava o hino nacional e hits dos anos 80 como Eye of The Tiger, trilha do filme Rocky III (1982).
Por volta das 20 horas, uma confusão entre ambos os grupos terminou no Metrô Trianon-Masp. Um homem com adesivos do PT com teria empurrado uma mulher e foi perseguido pelos manifestantes pró-condenação até a porta da estação. Instantes mais tarde, um casal se aproximou do grupo trazendo um cartaz com os dizeres ‘Onde estavam as panelas ontem’?
Houve discussão e, depois de ter o cartaz tomado pelos manifestantes, os dois foram empurrados para longe da concentração aos gritos de ‘fora mortadela’ e ‘vai trabalhar, feminazi’. Eles não quiseram falar com a reportagem.
A sentença de Moro prevê nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lula é acusado de receber vantagens indevidas da empreiteira OAS. Entre elas, um tríplex no Guarujá, alvo da ação encerrada nesta quarta (12).
Primeiro ex-presidente a ser condenado por corrupção, ele é réu em outras quatro ações e responderá em liberdade até o julgamento em instância superior. Em nota, os advogados de Lula classificaram o julgamento “envergonhou o Brasil ao ignorar evidências esmagadoras de inocência e sucumbir a um viés político” e prometeram recorrer em tribunais internacionais.