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Passeios imperdíveis de bairros clássicos paulistanos

Enveredamos por ruas do Bixiga e do Bom Retiro para indicar programas completos. Confira o resultado

Por Victória Kennedy
Atualizado em 1 jun 2017, 17h39 - Publicado em 14 jun 2013, 21h35

São Paulo é famosa por sua miscigenação cultural, evidenciada em bairros como o italianos Bixiga e o armênio Bom Retiro. São endereços que atraem paulistanos e turistas, em busca de restaurantes, igrejas e passeios onde resistem características que essas comunidades trouxeram de sua terra natal. Mas nem tudo o que se encontra ali vale realmente a pena visitar. Para aproveitar o melhor desses lugares, exploramos cada um deles e reunimos boas sugestões.  

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Bixiga

Localizado na região da Bela Vista, surgiu por volta de 1870 como reduto de imigrantes italianos e rapidamente assimilou as características de seus moradores. As ladeiras e suas ruas estreitas lembram aldeias italianas.

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Ao visitar o Bixiga, a lista de passeios deve ter locais como o Museu dos Óculos, criado pelo empresário Miguel Giannini, cujo acervo inclui peças desde o século XVIII a modelos usados por famosos como Jô Soares, e a Feira de Antiguidades da Praça Dom Orione. Esta última reúne um pouco de tudo: de móveis de época a livros, discos e bijuterias, além de uma ala dedicada apenas aos brechós. O evento ocorre sempre aos domingos, das 8h às 18h, e, uma vez ali, vale explorar os diversos antiquários em seus arredores. 

A refeição, claro, tem ser feita em uma das tradicionais cantinas italianas. O Capuano é o restaurante mais antigo da cidade em funcionamento contínuo e fica a menos de 500 metros da feira de antiguidades. A cantina C…Que Sabe é outra opção interessante: no ambiente acolhedor, famílias se reúnem para provar pratos típicos ao som de um trio musical, que passa de mesa em mesa apresentando canções da terra natal, como a tarantela. Garçons derrubam as bandejas, causando um grande alvoroço genuinamente italiano, para completar. Outra boa opção é a clássica pizzaria Speranza, que, desde 1958, conserva as velhas receitas e massas e tem uma boa carta de vinhos.

No quesito das comidinhas e pães, as minúsculas padarias destoam completamente das panificadoras modernas. A maioria tem um aspecto rústico, atendimento intimista e receitas de família. A Basilicata assa seus pães em forno à lenha, enquanto a São Domingos e a 14 de Julho oferecem deliciosos antepastos. A Italianinha, dentro do Teatro Sérgio Cardoso, é a mais antiga do bairro. Entre as guloseimas, estão o pão de linguiça com provolone e o chamativo catanelli (versão do canolli).

Mônica Tarallo, chef e proprietária da pizzaria Speranza
Mônica Tarallo, chef e proprietária da pizzaria Speranza ()
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A Escadaria do Bixiga une a parte alta do bairro, na charmosa Rua dos Ingleses, à parte baixa, na Rua Treze de Maio -famoso point de baladas nos anos 1980-, e dá acesso ao polo cultural de um lado e às cantinas e à feira do outro. Eventos, exposições, cursos e oficinas são atrações do Centro de Preservação Cultural (CPC), da Universidade de São Paulo, localizado na chácara urbana Casa de Dona Yayá, na rua Major Diogo, número 353. Aos domingos, há apresentações de coral, cantigas de roda, musicais, circo e teatro.

O Bixiga abriga ainda a sede da tradicional escola de samba Vai-Vai e a Igreja Nossa Senhora Achiropita, santa homenageada sempre no mês de agosto com a festa gastronômica e beneficente que ocupa as ruas do bairro, além do arraial realizado durante todo o mês de julho.

Rua Conselheiro Carrão - Bixiga
Rua Conselheiro Carrão – Bixiga ()

Na Rua Conselheiro Carrão, as fachadas das casas passaram por uma revitalização: foram coloridas por tons vibrantes e alegres, resultado de um projeto que pretende transformar o Bixiga no “caminito brasileiro”, referência ao famoso bairro portenho La Boca, na Argentina. Foram vinte os imóveis que ganharam “cara nova”, entre cantinas, uma creche e o antigo Teatro Zácaro.

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Bom Retiro

O patrimônio cultural do bairro de origem armênia é vasto. Visitar a Pinacoteca do Estado, por exemplo, é uma ótima maneira de começar o passeio. O segundo andar do museu guarda a mostra do acervo Arte no Brasil – Uma História, composta por cerca de 500 peças do século XIX e início do XX. Destaque para os artistas da virada do século passado, como Almeida Junior e Eliseu Visconti.

O Museu de Arte Sacra, o da Língua Portuguesa, a Estação Pinacoteca (no antigo prédio do Dops) e o Centro de Estudos Musicais Tom Jobim são pontos turísticos da área. Próxima ao Bom Retiro, a Estação Júlio Prestes foi restaurada e atualmente abriga a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) -onde ocorrem os Concertos Matinais, sempre aos domingos. 

Pinacoteca do Estado
Pinacoteca do Estado ()
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Quem quiser conhecer melhor os princípios armênios e cristãos do bairro, deve visitar a Arquidiocese da Igreja Apostólica Armênia, localizada na Avenida Tiradentes, número 718, onde a comunidade se reúne até hoje. Pinturas com escritos em armênio ornamentam as paredes e o teto do espaço, inaugurado em 1948.

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Deu fome? Uma das paradas obrigatórias é o Arais do Carlinhos, na rua Correio de Melo, número 103. O salão é decorado com fotos de itens do cardápio, que tem sotaque armênio. Seu carro-chefe, como o próprio nome sugere, é o arais, um sanduíche de cafta no pão sírio chapeado. O mais simples leva patinho moído duas vezes, salsinha, cebola e sal. Também usa esse corte em uma deliciosa sugestão acrescida de queijo parmesão meia-cura ralado grosso ou temperada com alho. 

Arais do Carlinhos - Comidinhas
Arais do Carlinhos – Comidinhas ()
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Se a ideia é um quitute mais leve, vá direto a Bellapan, na Rua Prates, número 547. A padaria é coreana -outra comunidade que se mostra cada vez mais presente no Bom Retiro. Tem nas receitas orientais as estrelas da casa. Adaptado ao paladar dos brasileiros, o pão de café vem recheado de requeijão. Mais tradicional, o bolinho frito à base de arroz é preenchido por feijão-azuqui. Para beber, vá de chá de gengibre.

Guia José Paulino - Lua Luana - Malas e Bolsas
Guia José Paulino – Lua Luana – Malas e Bolsas ()

As ruas de lojas populares, como a José Paulino, tornaram o Bom Retiro um destino obrigatório para comprar produtos a bons preços.

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