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Após operação na Cracolândia, usuários se espalham pelo centro

Com medo de arrastões e saques, comerciantes estão deixando as lojas fechadas ou trabalhando à meia-porta

Por Adriana Farias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 Maio 2017, 18h54 - Publicado em 22 Maio 2017, 14h40

Na manhã desta segunda-feira (22), um dia após a ação policial realizada neste domingo (21) na Cracolândia, o clima de tensão ainda dominava as ruas do centro.

Dos cerca de 800 usuários retirados do fluxo (nome que se dá ao aglomerado de pessoas no ponto de drogas) no fim de semana, 300 foram acolhidos emergencialmente no Complexo Prates e no Centro Temporário de Acolhimento (CTA), inaugurado no início do mês pelo prefeito João Doria (PSDB). Outros trinta foram internados no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), na Rua Prates, e doze na unidade do Programa Recomeço, na Rua Helvétia. Os demais – aproximadamente 400 viciados – se espalharam para ao menos sete pontos na cidade.

A concentração ocorre nos arredores da região da Cracolândia em pontos como Avenida Rio Branco, na altura do número 980; na esquina da Rua Helvétia com a Avenida Rio Branco; na Rua dos Gusmões com a Rua dos Andradas; na Rua Conselheiro Nebias; na Praça Princesa Isabel; e no Largo General Osório. Muitos estão consumindo drogas. Em quatro deles havia assistentes sociais tentando persuadir os usuários a irem a abrigos na manhã desta segunda.

Com medo de arrastões e saques, os comerciantes estão deixando as lojas fechadas ou trabalhando à meia-porta. A reportagem contou ao menos vinte estabelecimentos nessa situação. “Está todo mundo com medo e a ordem é trabalhar desse jeito”, disse o empregado de uma loja de eletrônicos.

Funcionários da Estação Pinacoteca tiveram de acionar a polícia para tirar ao menos sessenta pessoas que se fixaram na entrada do local. “Acabamos abrindo mais tarde, depois das 10h, porque tivemos de limpar antes. Era muito lixo e cheiro ruim”, afirmou um deles. Ao lado, a garagem da CPTM, que fica sempre com os portões abertos devido ao trânsito frequente de veículos, têm os mantido fechados, com dois funcionários na frente. “O receio é virem em bando e ocuparem aqui”, relatou um deles, que pediu para não ser identificado. Na região da Santa Efigênia houve tentativa de invasão a lojas.

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Usuários na Praça Largo General Osório, no Centro: um dos novos pontos de concentração (Adriana Farias/VejaSP)


Loja de instrumentos musicais com as portas semiabertas: medo de saques na área (Adriana Farias/VejaSP)

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Questionado por VEJA SÃO PAULO sobre a questão dos comerciantes em coletiva realizada na manhã desta segunda (22), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que duzentos policiais estão sendo alocados para atuar na região da Alameda Dino Bueno, onde funcionava a Cracolândia.

“Vai haver um reforço policial para que os comerciantes não tenham medo”, garantiu Alckmin à imprensa, na unidade do Programa Recomeço na Rua Helvétia, ao lado do secretário estadual da Saúde, David Uip.

Comércio próximo à Praça Largo General Osório:  também com portas entreabertas (Adriana Farias/Veja SP)

Em nota, a prefeitura informou que “equipes de ação social, com cerca de 500 profissionais, realizarão abordagens de dependentes químicos nos locais indicados pela Guarda Civil Metropolitana. Equipes de saúde, com sessenta profissionais ao todo, realizarão cadastramento, diagnóstico e encaminhamento médico de pacientes. Até terça-feira (23) será montado um CAPs (Centro de Atenção Psicossocial) numa carreta nas imediações da Rua Dino Bueno para oferecer tratamento ambulatorial, com capacidade de atender oitenta pessoas por dia”.

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