Onde comprar: leilões de arte
Confira as dicas de VEJA SÃO PAULO para tomar as decisões corretas
Entre as opções para adquirir uma obra de arte, especialmente se ela não for contemporânea, os leilões são a mais atraente e ao mesmo tempo a mais arriscada. Isso porque no calor dos lances por um trabalho, ou seja, quando o leiloeiro está prestes a bater o martelo, o interessado pode se entusiasmar, gastar mais do que imaginava e depois se arrepender da compra. “São necessárias uma decisão rápida e uma certa flexibilidade no bolso, pois leiloeiros costumam não devolver nem parcelar o pagamento”, diz o leiloeiro Jones Bergamin. Em compensação, com informações prévias sobre os lotes em leilão, um limite de gasto e muita cautela, o comprador novato pode arrematar coisas boas por um custo mais baixo do que nas galerias. “O leilão é ótimo especialmente para a compra de desenhos e gravuras, que atualmente dispõem de técnicas de conservação e de molduragem mais eficientes”, complementa Bergamin. Para se dar bem em um leilão é preciso saber algumas regras. Em geral, os leiloeiros mais conhecidos da cidade não organizam mais que quatro eventos por ano. Os pregões são abertos a qualquer pessoa, mesmo às que só desejam espiar. Ninguém é obrigado a dar um lance. Colecionadores de longa quilometragem costumam freqüentar leilões só para saber a quantas anda o valor de suas aquisições no mercado. O novo comprador pode procurar antes o escritório do leiloeiro e verificar as peças ao vivo – muitos endereços disponibilizam seus lotes em forma de uma exposição dias antes do leilão ou em sites específicos. O preço que acompanha a obra é o do lance mínimo. Algumas vezes fixa-se também uma variação para o teto. É aconselhável ouvir a opinião de especialistas, inclusive para avalizar a autenticidade de uma obra e saber se ela realmente vale o investimento. Outra referência comumente usada por quem enxerga a arte como negócio é ficar atento a mostras importantes e a edições de livros e catálogos acerca de um artista. Um exemplo atualíssimo é o da pintora e desenhista paulista Niobe Xandó. Com uma retrospectiva em cartaz na Pinacoteca do Estado e uma brochura recém-editada, seus trabalhos quadruplicaram de preço. A partir daí, é usar do bom senso, como em qualquer nova empreitada. “O interessado num leilão não deve ter por obrigação dar início a uma coleção ali”, diz o leiloeiro James Lisboa. Ele recomenda que se compre primeiro o que se gosta, de preferência trabalhos mais em conta em papel, priorizando a quantidade. “Será mais fácil vender quando, formatada a idéia de uma coleção, o comprador quiser partir para uma tão sonhada obra única.”