Passeio de fim de semana para muitos paulistanos, as feirinhas de arte são uma boa oportunidade para garimpar e regatear a peça inaugural de uma coleção. A prefeitura registra 21 delas na cidade, mas considera na lista também o comércio de artesanato. A mais conhecida nesse segmento é a da Praça da República, que acontece aos domingos. Nesse dia, porém, é mais vantajoso rumar para as 100 barracas abrigadas sob o Museu de Arte de São Paulo e para as 300 tendas montadas na Praça Dom Orione, no Bixiga. Embora especializadas em antiquários (e com muita velharia no meio), nelas se encontram trabalhos de artistas como Di Cavalcanti e Bruno Giorgi. São pinturas, esculturas e, principalmente, desenhos e gravuras, técnicas mais baratas e fáceis de negociar. Encontram-se também curiosidades bem-vindas a uma primeira aquisição, caso dos azulejos da Osirarte pintados por Volpi e vendidos a 500 reais cada peça na feirinha do Bixiga. Mas atenção: obras falsas nesses lugares são armadilhas fáceis à espera do comprador novato. Numa visita realizada no dia 29 de abril, um estande no vão livre do Masp oferecia um óleo sobre cartão de Francisco Rebolo por 3 000 reais, preço módico para uma obra desse artista. “Não tenho dúvida de que a obra é falsa”, afirma Antonio Gonçalves, presidente do instituto que cataloga a produção de Rebolo. “Trata-se de cópia de pintura dos anos 70, sem as características do pintor e nem mesmo o estilo de sua assinatura.” O conselho dos especialistas para não ser ludibriado inclui a exigência do certificado de origem, indicações de que o trabalho participou de exposições e sua reprodução em catálogos oficiais.