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Obras de Frans Krajcberg vão para o Parque do Carmo

Decisão sobre local onde ficarão esculturas, recusadas pelo Ibirapuera, coloca fim ao impasse

Por João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 19h33 - Publicado em 18 set 2009, 20h26

À primeira vista, parece tentador para qualquer instituição pública ganhar um acervo de mais de quarenta obras de Frans Krajcberg, consagrado escultor polonês naturalizado brasileiro. Não foi o caso do Parque do Ibirapuera. Quando o artista – famoso por trabalhar com madeiras oriundas de queimadas – presenteou a cidade com suas principais peças, no fim de 2005, o então prefeito José Serra quis abrigá-las em um galpão de 945 metros quadrados ao lado do Viveiro Manequinho Lopes. A ideia causou revolta entre gestores do parque e integrantes da Sociedade dos Moradores e Amigos do Jardim Lusitânia (Sojal). Tanto que eles conseguiram uma liminar na Justiça para impedir a instalação do pavilhão. A prefeitura então decidiu construir um espaço de 1 650 metros quadrados para o acervo, previsto para ser inaugurado em 2010, no Parque no Carmo, em Itaquera.

Neste domingo (9), Krajcberg vai plantar uma muda de pau-brasil ao lado de onde será realizada a obra. Mesmo com o fim do impasse, os nervos continuam à flor da pele. “Os vizinhos eram contrários por serem preconceituosos”, afirma Carlos Augusto Calil, secretário municipal de Cultura. “Eles pensam que o parque é o quintal de suas casas e sabiam que o novo espaço atrairia excursões de alunos de escolas públicas.” Otávio Villares, secretário do conselho gestor do Ibirapuera entre 2005 e 2008 e atual presidente da Sojal, rebate: “O Calil foi autoritário e quis implantar esse novo centro cultural sem consultar ninguém.”

Além de se queixarem da possibilidade de atrair mais gente ao já bastante frequentado Ibirapuera, os integrantes da Sojal alegavam que a nova construção prejudicaria as aves que fazem ninho por lá. Por esse motivo, aliás, o escultor afirma ter sido alvo de insultos. “Enviaram cartas para dizer que eu cometeria um holocausto dos pássaros”, conta ele, que tem origem judaica. “Mas agora vou doar mais de 100 fotos, relevos e filmes para o novo pavilhão, só para compensar esse desgaste emocional.”

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