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O que o tenista Djokovic tem a ensinar aos craques do futebol nacional

Mesmo com toda fama e fortuna, o sérvio não veio ao Rio para cumprir tabela, como a maioria dos jogadores da Seleção Brasileira

Por Sérgio Ruiz Luz
Atualizado em 27 dez 2016, 16h17 - Publicado em 8 ago 2016, 12h23

O choro de Novak Djokovic já é uma das cenas clássicas dos Jogos do Rio. As lágrimas rolaram depois da eliminação ocorrida neste domingo (7) logo na estreia do sérvio no torneio de tênis. Número 1 do ranking profissional do esporte, ele era o favorito à conquista da medalha de ouro na modalidade. Acabou derrotado pelo argentino Juan Manuel del Potro por 2 sets a 0 em uma ótima e equilibrada partida, decidida em dois tie-breaks. Na entrevista coletiva realizada após a disputa, Djokovic agradeceu ao público, que o apoiou na entrada e saída da quadra. “Eu me senti brasileiro”, disse.

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Na mesma noite, os brasileiros do escrete canarinho não tiveram muitos motivos para se sentirem brasileiros. Em Brasília, ficaram em 0 a 0 com o Iraque, fechando duas rodadas sem vitórias e sem marcar um gol sequer, a despeito de toda badalação em torno da equipe liderada por Neymar e formada por atletas quase todos já milionários, mesmo em início de carreira. Nesse novo empate, ouviram vaias, aplausos aos jogadores do Oriente Médio e gritos pedindo a presença de Marta, craque da seleção feminina que vem encantando as arquibancadas com um belo futebol.

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Com rendimento anual na casa dos 55,8 milhões de dólares, Djokovic é o segundo atleta mais bem pago das Olimpíadas (o número 1 é o jogador americano de basquete Kevin Durant, que embolsa mais de 56 milhões de dólares). Mesmo com toda fama e fortuna, frutos de um conjunto impressionante de títulos como doze grand-slams, o sérvio não veio ao Rio para cumprir tabela. Deu tudo errado. Ao perder, pediu desculpas e sentiu vergonha ao não corresponder às expectativas da torcida.

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Já no empate de Neymar e companhia contra os iraquianos, a turma saiu calada de campo depois de protagonizar mais uma pelada olímpica. Na saída dos vestiários, poucos se animaram a comentar o que havia ocorrido em campo. O atacante Gabriel, o Gabigol, que não vem fazendo justiça ao apelido, foi no piloto-automático, murmurando algo na linha “jogamos-bem-faltou-apenas-o-gol”.  A qualidade da atual safra de boleiros é só um dos sintomas de uma doença maior, que é a desorganização de décadas do futebol brasileiro. Mas Gabigol e seus colegas deveriam ter seguido o exemplo de Djokovic. Em vez de tentar manter o nariz empinado, balbuciando desculpas, podiam ter chorado pelo vexame no gramado. Ganhariam, no mínimo, nossa solidariedade. A maior parte dos brasileiros engrossariam o pranto, com saudades dos bons tempos em que nossos boleiros eram craques na bola e tinham alguma vergonha na cara.  

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