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O que muda com a nova administração da Daslu

Símbolo do luxo entrega a administração do prédio da Marginal Pinheiros a BRMalls

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h31

A notícia de que o controle da Daslu poderia mudar de mãos deixou o mercado de luxo em polvorosa na semana passada. Eliana Tranchesi, a proprietária da marca, assinou um contrato pelo qual entrega a administração dos 8.500 metros quadrados da Villa Daslu à BRMalls, empresa que gerencia e comercializa trinta shoppings centers no Brasil, incluindo o paulistano Villa-Lobos. Pelo acordo, 74 das 75 lojas que compõem o complexo passam a ser controladas pela companhia, que fica responsável por serviços como cobrar aluguel, cuidar da manutenção e negociar com fornecedores. “Não podia gastar meu tempo consertando elevador”, afirma Eliana. “Agora, quando uma lâmpada queimar na Louis Vuitton, é a BRMalls que vai cuidar disso. Quero me dedicar à expansão da minha marca.” Eliana jura de pés juntos (calçados em lindas sandálias Chanel) que não recorreu à parceria por causa de nenhuma crise financeira. “Só em dezembro, faturamos 30 milhões de reais, um recorde histórico”, diz. Sob os domínios de Eliana continua a butique Daslu, que ocupa 45% do prédio neoclássico e, além da grife própria, comercializa 333 marcas importadas. “A Daslu passa a ser a âncora de um shopping de luxo”, explica Raul Rosenthal, diretor da consultoria Íntegra, contratada para reestruturar a empresa em 2006.

A megabutique não vai mais ficar com a taxa de administração cobrada sobre o aluguel mensal de 1,6 milhão de reais pago à construtora WTorre, dona do terreno. Em contrapartida, espera economizar até 15% nos custos do condomínio. “Não tínhamos poder para negociar preços mais baixos de telefonia e segurança, por exemplo”, afirma o diretor financeiro da marca, Hayrton de Campos. Há dois tipos de contrato de aluguel na Villa Daslu. Algumas lojas pagam uma porcentagem de seu faturamento. Outras desembolsam um preço fixo, entre 150 e 195 reais por metro quadrado que ocupam. No Iguatemi, esse valor é, em média, 417 reais. Na Oscar Freire, 126 reais. Até 2009, uma área de 1 200 metros quadrados, que hoje abriga escritórios da Daslu, deve dar lugar a outras dez lojas. “Já temos uma fila de interessados”, diz o presidente da BRMalls, Carlos Medeiros. “Espe-ramos que o movimento seja maior e as vendas aumentem 10%.” Não, o complexo não vai virar um shopping comum, com cinemas e estacionamento mais em conta. O público deve aumentar, mas nada que abarrote os corredores de gente ou que faça os atuais 120 000 clientes cadastrados esbarrar em carrinhos cheios de sacolas. Quem circula pelas araras mal vai notar a mudança. Pelo menos é o que garante Eliana. Por contrato, ela continua com poder para aprovar ou vetar uma nova marca e até eventos no Terraço Daslu, espaço de 2 500 metros quadrados para festas. “Vamos manter o mesmo perfil e o padrão de atendimento.”

Ao que tudo indica, as crises que sacudiram o predião da Marginal Pinheiros por dois anos consecutivos deram, finalmente, uma trégua. Apesar de a empresária ainda ter de pagar uma multa de 236 milhões de reais à Receita Federal, da qual recorreu, há o que comemorar. Dos 500 funcionários demitidos em 2005, 200 foram recontratados. O faturamento da butique aumentou. Atingiu 240 milhões de reais no ano de inauguração do prédio, caiu para 160 milhões depois que as importações foram suspensas, em 2006, e saltou para 260 milhões de reais em 2007, sendo que 55% dessa receita veio do comércio de marcas nacionais. “Isso nos fez ver que precisamos expandir a grife”, afirma ela. A primeira filial será aberta no futuro Shopping Cidade Jardim e tem inauguração prevista para abril. Até 2009, mais três lojas, uma delas no Rio de Janeiro, devem ser âncora de novos shoppings da incorporadora JHSF, de José Auriemo Neto, que serão lançados em capitais brasileiras. A marca promete ainda uma novidade na Villa Daslu. Uma área de 1 500 metros quadrados do 2º andar deve abrigar em abril a grife Village 284 (o número é o mesmo do antigo endereço da Vila Nova Conceição). “Será uma espécie de Daslu jovem”, conta Eliana. Com a presença das mesmas etiquetas reluzentes e das dasluzetes que fizeram a fama da loja-mãe.

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