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O lutador de jiu-jítsu que virou cabeleireiro de famosos

Conheça a história do pitboy das tesouras

Por Giuliana Bergamo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h33 - Publicado em 18 set 2009, 20h26

Cabeça raspada, corrente em volta do pescoço encorpado, tatuagem no braço, camiseta marcando os músculos que somam 89 quilos, distribuídos por 1,73 metro de altura. Jorge Zambotti tem toda a pinta de pitboy, principalmente nas horas vagas, quando pratica lutas como muay thai ou jiu-jítsu. Entre terça e sábado, porém, o rapaz mostra seu dom de… cabeleireiro. O fortão com cara de bravo é o astro do salão de beleza Diva, na Vila Madalena. “Quando o conheci, fiquei assustada com aqueles braços enormes e cheios de tatuagem”, conta a atriz Camila Pitanga, dona das madeixas mais famosas do currículo de Zambotti. Os dois se conheceram quando ela estava prestes a começar as gravações da novela Paraíso Tropical, em que roubou a cena ao viver a prostituta Bebel. Foi ele quem deixou os fios de Camila mais curtos, na altura do ombro. “Seu talento me conquistou”, diz. “Se quero cortar o cabelo e não posso vir a São Paulo, pago a passagem aérea para o Jorge vir ao Rio de Janeiro, onde moro.”

Dona Virna, mãe do pitboy das tesouras, foi a responsável pela carreira bem-sucedida (e improvável, no caso dele). “Quando me formei no colégio, só queria saber de lutar jiu-jítsu. Aí, ela avisou que, se não continuasse a estudar, teria de trabalhar ou morar no tatame”, lembra. Diante da ameaça, o então aspirante a astro das artes marciais viu-se obrigado a procurar um curso profissionalizante. Encontrou duas opções: aprender informática ou a cortar cabelos. Se escolhesse a primeira, arranjaria emprego facilmente – coisa que não queria. Mentiu dizendo que só havia vaga nas lições de cabeleireiro. Deu com os burros n’água: sua mãe exigiu que se matriculasse. “Fui um péssimo aluno e deixei muita gente feia no começo”, confessa. “Aos poucos vi que não tinha saída e comecei a me sentir desafiado a fazer um bom trabalho.”

Discípulo do cabeleireiro Mauro Freire, com quem trabalhou entre 1999 e 2003, quando decidiu apostar na carreira-solo e abriu o Diva, Zambotti insistiu na vida de lutador até 2004. “Desisti porque ser atleta exige muito tempo e dedicação”, explica ele, que hoje pratica seus golpes no tatame sem pretensão profissional. O salão fica na Rua Harmonia, num imóvel com cara de lounge, e tem um café no fundo. Em alguns momentos, os funcionários modernosos se confundem com os frequentadores. “Eu me sinto num salão de Nova York”, afirma Eliane Mantega, mulher do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ambos clientes. A música, de jazz e bossa nova a house, fica na altura certa para abafar o som dos secadores sem tirar o sossego do ambiente. Parece apenas truque para agradar à freguesia, mas é que ele se desconcentra ao ouvir conversas paralelas. Gosta de dar atenção exclusiva a quem está em sua cadeira, o que às vezes faz algumas senhoras achar que poderia rolar algo mais. “Recebo telefonemas de gente me paquerando”, garante o solteirão convicto – aos 36 anos, nunca se casou. “Já saí com dez modelos que foram capa de revista.”

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