‘O Estudante’, de Roberto Girault, abusa do sentimentalismo
Na trama, aposentado matricula-se em universidade e ganha a confiança de jovens
Alguns filmes se valem mais da atmosfera do que da narrativa. É o caso do mexicano O Estudante, com pré-estreia neste sábado (19) no Bourbon Espaço Unibanco e lançamento prometido para sexta (25). Trata-se do primeiro trabalho do diretor e roteirista Roberto Girault. Ele comete os deslizes reservados a um novato: vez ou outra abusa do sentimentalismo para comover o espectador e esquece-se de desenvolver melhor as subtramas. Ainda assim, consegue criar um clima que pode conquistar tanto os jovens quanto os mais velhos.
A história volta-se ao septuagenário Chano (o ótimo Jorge Lavat). Aposentado, ele decide cumprir uma antiga promessa feita ao pai e matricula-se em uma universidade. A princípio, até sua mulher (Norma Lazareno), os filhos e os amigos acham graça. No ambiente estudantil, o carisma e a determinação de Chano logo quebram o gelo dos colegas. Cinco deles, que participam de uma adaptação teatral de Dom Quixote, ficam mais próximos. Santiago (Pablo Cruz Guerrero) e Carmen (Cristina Obregón) vivem as alegrias e desilusões de um novo amor. Marcelo (Jorge Luis Moreno) nutre uma paixão platônica por Alejandra (Siousana Melikian), que tem um caso com um professor mulherengo. Eduardo (Cuauhtémoc Duque) está envolvido com drogas. Todos eles se inspiram na experiência do vovô da turma para resolver os próprios problemas.
O elenco jovem tem o nível de atuação do seriado ‘Malhação’ e pouco convence. Alguns diálogos também beiram o cafona. Mas a comunhão — e não o conflito — de gerações funciona bem. Outro ponto positivo é a escolha da locação. Patrimônio da humanidade e sede de um importante festival de teatro, a cidade universitária de Guanajuato oferece não só belas paisagens como a alma romântica e cultural que a simpática trama pede.
AVALIAÇÃO ✪✪✪