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Sem Doria e Covas, Milton Leite assume prefeitura

É a primeira vez em dez anos que o presidente da Câmara ocupa o posto

Por Estadão Conteúdo
13 Maio 2017, 10h09

A população que já se acostumou com os diferentes trajes do prefeito João Doria (PSDB) nesses quase cinco meses da nova gestão verá, hoje, um velho político paulistano se “vestir” de prefeito pela primeira vez. Com Doria em viagem a Nova York e o vice Bruno Covas (PSDB) em Londres, o comando de São Paulo nos próximos cinco dias ficará nas mãos do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM). A última vez que isso ocorreu em São Paulo foi há dez anos.

Fiel aliado de Doria até o momento, o vereador de 61 anos recusou-se a sentar na cadeira do prefeito – pediu uma sala ao lado do gabinete para despachar – e manteve quase inalterada a habitual agenda do tucano aos fins de semana. Para não correr o risco de não ser reconhecido nas ruas, Leite pediu para que as ações dos programas de zeladoria Cidade Linda e Mutirão Mário Covas ocorressem no seu reduto eleitoral.

“Não fui eleito prefeito, fui eleito vereador. Estarei cumprindo a minha função constitucional de exercer, na ausência temporária dele, a função de prefeito”, disse Leite. O último presidente da Câmara a assumir a Prefeitura foi o ex-ministro Antonio Carlos Rodrigues, em outubro de 2007. À época, o prefeito era o atual ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, que não tinha vice na ocasião porque havia assumido o cargo com a renúncia do hoje senador José Serra (PSDB).

Leite estreia hoje como prefeito tampão cumprindo agenda em Parelheiros e M’Boi Mirim, distritos da Zona Sul onde obteve mais da metade dos 107 000 votos que o elegeram pela sexta vez vereador da capital em 2016 – foi o segundo mais votado, atrás apenas de Eduardo Suplicy (PT). Com mais de vinte anos de mandato, tem o controle político da região e fama semelhante à de um prefeito – para o bem e para o mal -, com a destinação de dinheiro para obras públicas, como quadras de futebol, e indicações de pessoas para cargos na Prefeitura.

Segundo ele, os locais das duas agendas são “coincidência”. “Essa agenda em Parelheiros já estava prevista. Havia uma necessidade de mostrar para a opinião pública que a obra do Hospital de Parelheiros não está parada como alguns têm dito. Não tem melhor jeito de fazer isso do que visitando a obra. O mutirão da calçada no domingo eu pedi para ser em M’Boi porque é Dia das Mães. Ia ser num lugar muito longe e ia ser complicado para o pessoal ir.”

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Coincidência

A coincidência que tirou Doria e Covas do país no mesmo período e deixou o comando da cidade nas mãos de Leite foi visto pelos vereadores como um gesto de afago do prefeito ao presidente da Câmara, que até agora tem sido importante na aprovação de projetos de interesse do governo no Legislativo, como o que cria o Conselho de Desestatização, que será responsável por definir e aprovar os equipamentos públicos que serão privatizados ou concedidos à iniciativa privada.

Este projeto, aliás, deve ser uma das leis que Leite deve sancionar como prefeito em exercício até a próxima quarta-feira. E de uma forma que deve causar polêmica com os colegas vereadores. Isso porque ele mesmo admite que pode vetar uma alteração que foi feita pelos parlamentares à proposta original enviada por Doria determinando que todos os projetos de concessões e privatizações sejam aprovados em plenário antes de serem lançados pela Prefeitura.

“Esse artigo contraria uma lei de iniciativa do ex-prefeito Kassab, que permite que as PPPs (Parcerias Público-Privadas) sejam feitas diretamente pela Prefeitura, sem precisar do aval da Câmara”, disse Leite. “Tomarei as medidas que couberem estrategicamente ao governo.” 

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