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Italiano resgata história de prédios antigos da capital

Matteo Gavazzi publicou dois volumes do livro 'Prédios de São Paulo' e prepara outro sobre casas icônicas da cidade

Por Adriana Farias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
20 jan 2017, 17h01

Em 2009, Matteo Gavazzi, um italiano nascido em Roma, resolveu mudar de vida e migrou para São Paulo, cidade que conhecia desde a infância por causa do trabalho do pai, funcionário da Pirelli. O rapaz se encantou de cara com o que viu. “Quando visitei o centro, eu me senti na minha terra”, lembra ele, hoje com 29 anos.

O designer de interiores atuou como empreiteiro até lançar uma imobiliária especializada em prédios antigos, a Refúgios Urbanos, cuja sede, na Rua Benjamin Constant, guarda cerca de 500 publicações sobre a metrópole.

Movido por essa paixão, começou a visitar edifícios a fim de resgatar o passado desses espaços. Já foi a mais de 1 000 endereços. Determinado, conversava com empregados e moradores até conseguir entrar.

Suas andanças e as de colegas interessados no tema resultaram em dois livros independentes, Prédios de São Paulo volumes 1 (de 2015) e 2 (de outubro do ano passado), que reúnem curiosidades de 78 imóveis, entre eles a Galeria do Rock e o Edifício Itália. Financiamentos coletivos garantiram 374 000 reais para a produção de 7 000 exemplares.

Recentemente, o arqueólogo urbano descobriu joias escondidas. Uma delas é um painel de 1962 da artista Sophia Tassinari (1917-2005), discípula de Anita Malfatti, encoberto por várias camadas de tinta no salão de festas do Edifício Carinas, em Higienópolis, bairro favorito de Gavazzi.

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A arquiteta Renata Ferretti, moradora do local, desconfiou da existência da relíquia em conversas com residentes antigos e acionou o corretor. Ele investiu 6 000 reais na restauração da peça, cujos trabalhos começaram há seis meses.

Outra novidade foi descoberta ali perto, no Edifício Alfredo. Um dos apartamentos pertenceu a Guiomar Novaes, célebre pianista falecida em 1979. Gavazzi doou ao local uma placa com dados sobre a musicista. No Palacete Chavantes, aberto nos anos 20 no centro, onde estará em breve a nova sede de sua imobiliária, encontrou um cofre camuflado, fechado havia setenta anos.

Repousavam na caixa medicamentos proibidos na época. Após estudos das paredes, ele esbarrou ainda em pinturas artísticas feitas a mão. “Ao ser removido o carpete, apareceu um serviço de carpintaria precioso no piso com três tipos de madeira encaixados”, conta. Atualmente, o desbravador Gavazzi trabalha em um livro sobre as casas antigas de São Paulo, previsto para sair no meio do ano.

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