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Martha Medeiros, a rendeira chique, ganha destaque internacional

Peças da estilista alagoana que tem ateliê nos Jardins serão expostas em museu na França

Por Giovana Romani
Atualizado em 5 dez 2016, 18h18 - Publicado em 4 fev 2011, 23h45

Pelo menos uma vez por mês, a estilista alagoana Martha Medeiros deixa o apartamento onde mora, nos Jardins, rumo a Maceió, sua terra natal. Quase não usufrui a confortável casa que construiu ali. Costuma seguir direto para Piranhas, a 280 quilômetros da capital. O município é conhecido por abrigar dezenas de mulheres que confeccionam renda artesanalmente às margens do Rio São Francisco.

Ela também vai buscar matéria-prima com 250 rendeiras organizadas em cooperativas em cidadezinhas vizinhas. “Trabalhamos juntas, batemos papo e discutimos novas técnicas”, conta Martha. “É a parte de que mais gosto.” Do Nordeste, a renda produzida vem para o ateliê da estilista, em São Paulo. Na pequena fábrica, sete modelistas e costureiras produzem apenas vinte peças por mês, a maioria sob medida. A exclusividade tem preço: um vestido custa a partir de 4.500 reais e pode facilmente chegar à casa dos cinco dígitos.

Antes de se dedicar à moda, Martha cursou direito e trabalhou como bancária. Há vinte anos, pediu transferência para cá e formou-se em moda com a primeira turma do Senac. Abriu uma butique em Maceió três anos atrás. A fama da rendeira chique espalhou-se rapidamente Brasil (e mundo) afora.

Hoje, sua coleção também pode ser encontrada em outra loja própria, na Rua Melo Alves, e em oito pontos de venda nacionais e três internacionais, incluindo a inglesa Harrods. “Queria tirar a cara de toalha de mesa e sofisticar a renda brasileira”, diz. “Dou uma linguagem contemporânea ao artesanal.” Vestidos de renda renascença, de filé e bilro com a assinatura dela já foram desfilados por famosas como Deborah Secco, Raica Oliveira e Marília Pêra, entre outras. Hebe Camargo e Daniela Mercury são clientes fiéis. A falante Martha anda feliz da vida desde que foi convidada para expor em um museu dedicado à renda, em Calais, na França. Precisa mandar três peças para o acervo até abril.

Outra roupa desenhada por ela, porém, deve chegar antes ao território francês. Dia desses, uma cliente provou e arrematou, em quinze minutos, um vestido longo por 20.000 reais. Iria usá-lo em uma festa em Paris. Renda da beira do São Francisco para a do Sena, com escala em São Paulo.

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