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Manobristas fora-da-lei na Praça Vilaboim

Nenhuma das cinco empresas de valet que atuam no local tem autorização para funcionar. A vizinhança sofre com a bagunça e a falta de vagas

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h23 - Publicado em 18 set 2009, 20h34

O comerciante Pedro Barta já foi impedido diversas vezes de entrar no prédio onde mora, na esquina das ruas Aracaju e Piauí, em frente à Praça Vilaboim, em Higienópolis. Nos fins de semana e depois das 10 da noite, os manobristas que prestam serviço aos onze bares e restaurantes que circundam a pracinha costumam bloquear a entrada do edifício com carros de clientes. Ou seja, eles usam as ruas como uma extensão das empresas de valet. “Da última vez, paguei para estacionar e tive de voltar a pé para casa”, conta. “Isso aqui virou uma baderna.” Nenhuma das cinco empresas de valet que atuam na Vilaboim tem autorização da prefeitura para funcionar ali, numa pequena amostragem do que acontece no resto da cidade – 70% das 600 empresas de manobristas de São Paulo são irregulares. Para conseguirem uma vaga, alguns manobristas cometem barbaridades: dirigem na contramão, aceleram além da conta e fazem manobras bruscas. Inconformados com a situação, moradores de dois prédios da Rua Piauí decidiram contratar por 1000 reais mensais um segurança para lidar com esses abusos. “Cheguei a empurrar um Omega que estava parado em frente a uma garagem”, diz o segurança João Félix, que já partiu para a briga com os valets por quatro vezes. Outro que promete iniciar uma batalha, mas judicial, é o advogado Rubens Muszkat, morador da Rua Piauí. Ele quer criar a Associação de Amigos da Praça Vilaboim e mover uma ação contra as empresas de valet que operam na área. “Elas usam a via pública para obter lucro e não pagam nada por isso”, afirma. “Já os proprietários dos imóveis, que pagam impostos, não têm direito de estacionar. É uma afronta à cidadania.” Ao fazerem das ruas um grande estacionamento, as empresas de valet e as casas que as contratam descumprem um decreto municipal aprovado em fevereiro deste ano. Pela lei, as casas devem, entre outras exigências, guardar os carros dos clientes em local fechado e ter seguro contra roubo e incidentes no percurso. Os manobristas da Vilaboim mal sabem informar o endereço dos estacionamentos. “Tenho convênio com uma garagem da Rede Park lá da Rua Aracaju, mas não sei o número”, diz Ricardo Oliveira, dono da SP Park, que presta serviço para o bar El Kabong. O mesmo estacionamento é apontado pelo gerente da Snell Park, Márcio Antônio, que atende o The Fifties e o Bar da Praça, e por Wagner Costa Pereira, da WCP Park, contratada pelo restaurante japonês Aoyama. O gerente operacional da Rede Park, Márcio de Mattos Marcelino, no entanto, não confirma a informação. “Nunca tive contrato com nenhuma dessas empresas de valet nem tenho interesse ou espaço suficiente para atendê-las”, afirma Marcelino. No último dia 17, a Subprefeitura da Sé emitiu 22 notificações às empresas e aos estabelecimentos da praça. Eles têm trinta dias para provar que guardam os carros em estacionamento fechado e com seguro. Caso não apresentem os documentos, serão multados em 5000 reais cada um. Se a infração persistir, poderão ser fechados. Fique de olho! O que você deve observar para se certificar de que as empresas de valet estão cumprindo algumas exigências estabelecidas por lei ao tomar conta de seu carro. Verifique se no local estão visíveis o valor cobrado pelo serviço de valet, o endereço onde o carro ficará estacionado (que não pode ser na rua) e o número de vagas que o estacionamento comporta; exija um recibo em que conste o nome da empresa, o modelo, a marca e a placa do seu automóvel, o dia e o horário de entrada e o endereço do local onde será estacionado. Só assim, em caso de multa, acidente, roubo ou furto, os donos de veículos manobrados podem acionar as empresas de valet, bem como o estabelecimento. Denuncie irregularidades pelo tel:156

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