Balada muda política de cobrança de ingresso após críticas no Facebook
Festa Groovelicious, na Lions, tinha preço diferenciado para homens e mulheres; após bate-boca, organizadores darão vale-cerveja para quem pagou mais
Uma prática antiga em casas noturnas – a cobrança diferenciada para homens e mulheres – levantou uma discussão nas redes sociais que culminou em uma mudança de política por parte de uma das baladas mais conhecidas da cidade, a Lions Nightclub, na Bela Vista. Um show da cantora Karol Conka marcado para esta quinta (18), que custaria 40 reais para homens e 30 para mulheres, agora valerá 35 reais para todos.
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Karol vai se apresentar dentro da programação da festa Groovelicious, que ocorre periodicamente no clube. Pelo Facebook, fãs da rapper questionaram o fato de o evento ter dois preços, algo depreciativo para as mulheres – além disso, não condiz com o discurso da cantora, que é feminista.
Os organizadores deram a seguinte explicação, de início, no Facebook: “A festa Groovelicious acontece há seis anos no Lions Nightclub e nossa política de ingressos foi sempre a mesma e independentemente do artista que se apresenta não mudaremos a forma de trabalhar. Lamentamos que nem todos concordem com isso”.
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Uma enxurrada de críticas veio a seguir. “Meus parabéns, há seis anos a sua política de ingressos é uma vergonha sexista”, escreveu um seguidor. “Um bom estabelecimento está atento às mudanças e não parado no tempo”, disse outro. “Não é por que a festa acontece há seis anos e sempre foi assim que não deva mudar. Deixem de ser arrogantes e repensem suas açoes e saibam dialogar com os clientes”, orientou uma pessoa na página oficial do projeto.
Começou um bate-boca nas redes sociais. “Cada um cobra o que quer e frequenta onde quiser”, escreveu o titular da página da Groovelicious. “Cara, tem mil festas em São Paulo, não tente mudar as outras. Viva e deixe viver”, foi outro argumento.
A Lions Nightclub, que aluga o espaço para a Groovelicious, resolveu tomar a frente da discussão. “Existe uma prática há muitos anos entre alguns clubes e festas de cobrarem preços diferentes de homens e mulheres. Nunca interferimos nela, porque vemos o clube também como uma locação para os eventos de promoters terceirizados, e são eles que acabam por definir a precificação de suas festas”, disse o comunicado publicado na página oficial do clube.
“Por percebermos que a prática é ofensiva, de agora em diante cobraremos o mesmo preço de ingressos em todas as festas. O mundo está mudando muito rapidamente, e estava mais do que na hora dessa prática ficar no passado. Pedimos sinceras desculpas se ofendemos a sensibilidade de alguém com a nossa miopia. Nunca foi nossa intenção.”
Questionado, o Grupo 8ito, que organiza a festa, também mostrou ter mudado de opinião. “Entendemos que a cobrança diferenciada de valores para homens é mulheres pode ser considerada ofensiva para muitos e pedimos desculpas a todas e todos pois nossa intenção nunca foi causar nenhum desconforto. Fazíamos isso como um ato de gentileza”, disse Thiago Bordi, sócio da empresa.
A nova atitude não valerá apenas para o show desta quinta (18) – de acordo com Bordi, há um “novo momento” na discussão sobre os valores dos ingressos e, a partir de agora, não haverá mais preço masculino e feminino. “Concordamos com nosso público que estava na hora de mudar a forma como cobramos a entrada, pois acreditamos na igualdade de gêneros. Abolimos essa prática e de hoje em diante todos os nossos eventos terão o mesmo preço para homens e mulheres, com uma média entre os dois valores. Os que pagaram a mais pelo evento de hoje receberão um vale-cerveja ou poderão receber um desconto em próximos eventos.”