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Lei antifumo: cresce procura por tratamento para parar de fumar

No Incor, o aumento foi de 20%

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h33 - Publicado em 18 set 2009, 20h26

No mesmo dia em que o governador sancionava a lei antifumo, em 7 de maio, a cabeleireira Claudia Regina Lima, de 37 anos, jogava fora sua última bituca de cigarro. A proibição iminente deu mais coragem para que ela abandonasse o companheiro inseparável que conheceu aos 9 anos. “As pessoas tapavam o nariz ou saíam de perto quando eu fumava, e isso fazia eu me sentir excluída da sociedade”, lembra Claudia, que costumava consumir até três maços por dia. “Sabia que a situação só iria piorar quando a legislação começasse a valer.” Em abril, ela passou a frequentar o Ambulatório de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (Incor) e tem conseguido se manter distante do vício. “É uma vitória para quem já chegou a roubar pontas de cigarro acesas do chão na hora do desespero.”

O sentimento de inadequação vivido por Claudia é a reclamação mais comum entre as pessoas que buscam os serviços do ambulatório do Incor, o primeiro do Brasil a tratar do tabagismo. Desde maio, a procura cresceu 20%. “A proibição tem servido de gota-d’água para os novos pacientes”, diz a diretora do ambulatório, a médica cardiologista Jaqueline Scholz Issa. “Falam que será ruim ir a um barzinho sem poder acender o cigarro e, por isso, já pensam em largar de vez.” Outra tendência é o aumento de pessoas com menos de 40 anos, público-alvo das baladas. “Cheguei a receber gente de 20 anos”, conta Jaqueline. “É uma coisa rara, já que a média de idade sempre foi de 50 anos ou mais.”

A jornada para largar o vício dura em torno de doze semanas. Durante esse período, os pacientes recebem orientação e medicamentos, como adesivos, ansiolíticos e inibidores do desejo de fumar. Depois, são acompanhados por um ano. Cerca de 40% abandonam o cigarro de vez. Outros 20% param, mas têm recaídas. “Casas noturnas costumavam ser a prova de resistência número 1 entre os jovens”, diz a médica. Com a lei, essa influência tende a diminuir. “Meu pico de vontade era sempre na balada, mas agora, como ninguém mais fuma, não fico tentada”, afirma a decoradora Carolina Loricchio, de 30 anos. Fumante desde os 21, ela conseguiu, sozinha, livrar-se de seus dois maços diários em março. “Saí no último fim de semana e voltei para casa cheirosa e sem o menor desejo de colocar um cigarro na boca.”

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