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Ivete Sangalo e Caetano Veloso cobram mais caro para shows em empresas

Contratados para tocar em festas de particulares, artistas recebem cachês até 30% maiores

Por Fabio Brisolla e Pedro Ivo Dubra
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h32

Na véspera da confraternização de fim de ano da empresa de telefonia Nextel, sábado (8) no Credicard Hall, a onda de boatos se intensificou. Alguns funcionários diziam que já sabiam qual seria a atração da noite. Outros nem suspeitavam. A especulação acabou quando entrou no palco a banda Jota Quest, com uma apresentação no mesmo formato de sua turnê. O vocalista, Rogério Flausino, saudou os 3 400 convidados da companhia (1 700 funcionários mais os acompanhantes) e cantou hits como Fácil e Na Moral. Na segunda (17), ele comanda a festa dos 17000 funcionários do Unibanco na cidade de São Paulo, no Centro de Exposições Imigrantes. A tradicional reunião da firma virou superprodução, e dezembro tornou-se o mês dos shows corporativos.

O Citibank contratou Ivete Sangalo para transformar a confraternização em micareta. Daniela Mercury será a estrela da festa da Nestlé. Caetano Veloso deu as caras na social do escritório de advocacia Mattos Filho. O supermercado Wal-Mart escolheu o pop açucarado da banda Roupa Nova. Paula Lima, Toni Garrido e Frejat estiveram juntos pela companhia telefônica Claro. Segundo produtores consultados por Veja São Paulo, o cachê dos artistas costuma ser 30% mais alto nas apresentações restritas a funcionários. “Fomos procurados por cinqüenta empresas interessadas em shows da Ivete no fim de ano”, conta Ricardo Martins, vice-presidente da Caco de Telha, sociedade responsável pela ad-ministração da cantora baiana. Com um cachê de 450.000 reais (sem o tal ágio de 30%), a cantora é um dos alvos preferenciais das grandes companhias, assim como os grupos Chiclete com Banana e Babado Novo. “O clima de festa da axé music se enquadra muito bem nesse tipo de evento”, afirma Julio Quattrucci, sócio da Agência Produtora.

Para facilitar a negociação e garantir o padrão de qualidade, alguns representantes de artistas cuidam de toda a estrutura do espetáculo. “Quase sempre os executivos responsáveis pelo evento desconhecem os detalhes técnicos de produção”, diz Sérgio Pitta, empresário do Jota Quest. Só neste mês, o grupo mineiro tem agendados quinze shows corporativos, seis deles na cidade. “Fizemos uma pesquisa entre os funcionários e chegamos ao nome da banda”, afirma Roberta Frizzo, coordenadora de co–municação da Nextel. No caso do escritório Mattos Filho, os 34 sócios votaram e escolheram o show de Caetano Veloso para 3 000 convidados, entre clientes e colaboradores.

Os investimentos em superproduções valem para motivar as equipes. “É uma forma de reconhecimento pelo trabalho realizado por essas pessoas ao longo do ano”, diz Rodolfo Roquette, superintendente do setor de recursos humanos do Unibanco. Um dos pioneiros na realização de shows corporativos foi o publicitário Washington Olivetto, dono da W/Brasil. Em 1986, ele promoveu a festa de fim de ano de sua equipe com uma exibição de Gilberto Gil. Quatro anos depois, o tal encontro rendeu uma história memorável com Jorge Ben Jor. Empolgado com a platéia, o cantor soltou o seguinte refrão: “Alô, Alô, W Brasil”. Ele começou a compor ali, no improviso, um de seus grandes sucessos. “Isso foi morrer e ir para o céu”, brinca Olivetto. Nesse caso, a apresentação se transformou em um grande negócio.

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