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Instituto criado por atual diretor vai gerir Teatro Municipal

O equipamento cultural, um dos mais importantes da cidade, terá orçamento de 577 milhões de reais até 2021

Por Estadão Conteúdo
27 jul 2017, 09h48

Um instituto fundado pelo atual diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo, Cleber Papa, venceu edital para administrar o espaço até 2018. O equipamento cultural, um dos mais importantes da cidade, terá orçamento de 577 milhões de reais até 2021.

A entidade vai substituir o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural, organização social (OS) que deixará o Teatro depois de uma sucessão de denúncias de desvio de recursos envolvendo seus ex-dirigentes.

O Instituto Casa da Ópera foi criado por Papa em 2006. Ele seguiu na entidade, em diversas funções, até o ano passado. A Casa da Ópera tem Rosana Caramaschi, sua mulher, como diretora artística, e está em nome de um amigo de Papa, o advogado Maurício José Chiavatta. A sede da OS fica no mesmo endereço de uma empresa de Rosana, a Imagemdata.

Conforme a reportagem revelou em maio, a Prefeitura de São Paulo teve de mudar o modelo da disputa por falta de concorrência. Problema semelhante foi apontado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal que investigou, no ano passado, as fraudes no contrato da OS anterior, iniciado em 2013.

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O novo edital para gerir o Municipal foi suspenso em maio pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), que apontou irregularidades, como o critério que pontuava entidades com muito alcance na imprensa. O edital foi liberado dias depois, quando ajustes foram feitos pela Secretaria Municipal de Cultura.

A pasta deixou de exigir que as entidades com interesse fossem qualificadas como OS. Até o edital, só a Casa da Ópera havia obtido tal qualificação. Depois, duas entidades disputaram o contrato: a Casa da Ópera, que obteve nota 9,05, e o Instituto Odeon, do Rio, com nota 6,1, que informou ainda estudar se recorrerá do resultado.

A reportagem também recebeu denúncia sobre o edital, em abril, com informação de que Casa da Ópera venceria o certame – antes mesmo da publicação do edital. À época, a Casa da Ópera não havia se registrado como OS e também não se sabia se haveria outros concorrentes.

Dois funcionários do Teatro disseram à reportagem, sob condição de anonimato, que Papa estaria escolhendo, meses antes da publicação do resultado, quem continuaria empregado no local depois que a empresa vencedora fosse anunciada.

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“Ele deixava claro que estava no comando da situação. Quando precisava de algum favor, nos chamava para uma conversa e dizia: me ajude que você está dentro”, disse uma funcionária que ainda atua no Teatro.

Em nota, a secretaria ressaltou a mudança no edital que permitiu a inclusão de concorrentes. Disse ainda que Papa não influenciou a escolha. “A Casa da Ópera ganhou o certame por ter apresentado a proposta com menor preço, mais diversificada em termos de projetos e por ter maior expertise.”

Já Papa ressaltou que não vê estranheza no certame, mas “coincidências profissionais”. Ele destacou que a mulher é diretora artística e não preside a Casa da Ópera. Também afirmou que a empresa Imagemdata está inativa. Sobre as escolhas de futuros funcionários, disse que tinha “intenção” de seguir à frente do Teatro, mas que isso dependeria do aval da secretaria. “Mas eu gostaria de continuar.” Rosângela não foi localizada pelo Estado até as 23 horas esta quarta-feira.

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