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Índices de criminalidade caíram na capital entre 2003 e 2008

Crescimento econômico, maior acesso à educação e reforço do policiamento foram motivadores

Por Sara Duarte
Atualizado em 5 dez 2016, 19h31 - Publicado em 18 set 2009, 20h27

Estima-se que, de cada dez vítimas de crime na capital, apenas três se dirijam a uma delegacia para prestar queixa. A demora no atendimento e a falta de confiança na polícia seriam os fatores responsáveis por fazer com que os cidadãos só registrem boletins de ocorrência quando, por exemplo, precisam comunicar o roubo de um bem à seguradora. Sendo assim, os mais de 630 000 boletins lavrados na cidade em 2008 tornam-se insuficientes para traçar um perfil da criminalidade. Nesse sentido, chama atenção um estudo como “A evolução da vitimização em São Paulo”, lançado na última segunda pelo Centro de Políticas Públicas da escola de negócios Ibmec. No ano passado, pesquisadores perguntaram a 2 967 pessoas de diversas regiões da cidade se elas haviam sido alvo de algum crime nos doze meses anteriores à entrevista. Em seguida, compararam as respostas com uma enquete semelhante feita pelo Instituto Futuro Brasil com 5 000 paulistanos em 2003. O resultado é animador.

Entre os sete crimes pesquisados, o único que registrou aumento foi o de roubo de dinheiro ou objetos pessoais (veja o quadro). Em 2003, 24,8% dos entrevistados disseram que haviam sido vítimas de estelionato, como clonagem de cartão de crédito e recebimento de cheques sem fundo. No ano passado, esse índice caiu para 20,9%. Casos de agressão física ou verbal foram mencionados por 21,2% dos paulistanos ouvidos há cinco anos. Agora, por 14,9%. “As taxas de criminalidade ainda são altíssimas, mas numa cidade como São Paulo qualquer melhora é importante”, afirma o economista Naercio Menezes Filho, coordenador do estudo.

Como prováveis causas para essa redução, o especialista aponta o crescimento econômico e o maior acesso à educação. Já a Secretaria de Segurança Pública credita a melhora dos índices ao reforço do policiamento ostensivo e preventivo. Desde 2004, o número de bases comunitárias da Polícia Militar em bairros da periferia saltou de oito para quarenta. Além disso, a PM conta com 22 trailers e 98 vans em locais estratégicos como o Largo do Arouche e a Avenida Paulista. De acordo com a secretaria, a presença desses postos policiais reduz em até 70% a incidência de crimes num raio de 2 quilômetros.

Nos Estados Unidos, onde 46% dos delitos violentos são reportados à polícia, o governo realiza pesquisas de vitimização desde 1973. “Isso nos ajuda a revelar os crimes escondidos pela falta de notificação e orientar a criação de programas para combatê-los”, diz a pesquisadora americana Katerina Baum, coordenadora do estudo, que no ano passado ouviu 73 000 pessoas. “Com base nessas pesquisas, descobriu-se que na maioria dos casos de abuso sexual o agressor é alguém próximo à vítima”, conta o sociólogo Tulio Kahn, consultor da ONU na área de segurança.

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