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Hospital São Paulo ameaça fechar serviços

Com uma dívida estimada em 160 milhões de reais, a direção do hospital anunciou no dia 30 de março que fecharia o pronto-socorro

Por Estadão Conteúdo
20 abr 2017, 09h16

Nos primeiros 17 dias de suspensão de atendimentos por causa de uma crise financeira, o Hospital São Paulo, na Zona Sul, deixou de atender cerca de 14 200 pacientes em seu pronto-socorro e ameaça, agora, fechar mais serviços caso o Ministério da Saúde não destine verba extra ao custeio da instituição.

Com uma dívida estimada em 160 milhões de reais, a direção do hospital anunciou no dia 30 de março que fecharia o pronto-socorro, mantendo apenas o atendimento dos casos de urgência. As internações e cirurgias eletivas também foram suspensas por tempo indeterminado.

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (19), os gestores da unidade informaram que a média de atendimentos diários no pronto-socorro caiu 56% no período, passando de 1 137 para 499. O número de cirurgias caiu 18% e 461 pacientes entraram na fila de espera por internação desde o dia 30 de março, lista que já acumula 7 000 nomes.

 

“Dá vontade de chorar quando a gente vê esses números”, disse o diretor-superintendente do hospital, José Roberto Ferraro. Ele e outros membros da direção já tiveram três audiências com o ministro da Saúde, Ricardo Barros e, na última, solicitaram um aporte extra de 1,5 milhão de reais por mês (18 milhões de reais por ano) para poder retomar os atendimentos.

Segundo Ferraro, no entanto, o ministro teria sinalizado que uma possível solução para o hospital seria reduzir o número de atendimentos feitos. “Ele nos questionou por que temos tantos pacientes na lista de espera, falou para não atendermos pessoas que não são da nossa região. Mas isso é impossível se você é um hospital porta aberta”, disse Ferraro. “Eu acho um absurdo um gestor de saúde pedir para um serviço diminuir os atendimentos”, opinou.

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A direção do hospital afirmou que, caso a verba federal extra não seja aprovada, há o risco de outros setores e ambulatórios do hospital fecharem as portas. “Não sei quanto o hospital aguenta”, afirmou Ferraro.

Presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), entidade que administra o hospital, Ronaldo Laranjeira afirmou que, embora a crise do hospital venha de pelo menos cinco anos, a situação tornou-se ainda mais preocupante agora porque o hospital não tem mais condições de se endividar. “Já temos 149 milhões de reais de dívidas com bancos. Eles não nos emprestam mais. Não temos outra possibilidade de financiamento”, afirmou.

Questionado, o Ministério da Saúde disse que, em reunião no último dia 3, o ministro solicitou aos gestores do hospital informações sobre a situação financeira e quantidade de atendimentos realizados para, a partir desse levantamento, analisar “soluções conjuntas com as secretarias de saúde do Estado e da capital para garantir a assistência da população”.

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A direção do hospital afirmou que já enviou ao governo federal os dados pedidos há cerca de uma semana e aguarda posicionamento sobre a possibilidade de receber novos repasses.

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