Gui Amabis canta memórias de família
Em seu primeiro disco-solo, artista transforma em canções as histórias de seus antepassados
Paulistano de 34 anos, casado com a cantora Céu, Gui Amabis é cantor, além de trabalhar como compositor e produtor. Na terça (9), ele apresenta na Choperia do Sesc Pompeia seu primeiro álbum-solo, Memórias Luso/Africanas, inspirado em lembranças de sua família. Tudo começou quando a imigrante portuguesa Dona Firmina dos Prazeres, sua avó materna, morta em 2006, passou a perder a memória devido à doença de Alzheimer.
Ele, então, transformou as histórias contadas por ela sobre sua vinda para o Brasil, após a I Guerra, e o trabalho em lavouras no interior do país em letras, presentes na maioria das faixas do álbum. A elas foram adicionadas características de seu lado paterno — Gui descende de escravos vindos da África. “A sonoridade lusitana e a africana são próximas, e as duas falam de lamento”, explica.
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A experiência adquirida ao produzir trilhas sonoras para filmes como “Bruna Surfistinha” (2011) e “Quincas Berro D’Água” (2010) revelou-se importante na hora de musicar a própria vida. “No cinema, você aprende muito sobre sons e texturas. Isso ajudou a fazer os arranjos sozinho”, diz. Uma competente banda, formada por Lucas Santtana (flauta), Regis Damasceno (baixo e guitarra), Dustan Gallas (teclados e guitarra), Samuel Fraga (bateria) e Marcelo Cabral (baixo), o acompanha no palco.
Convidados especiais enriquecem os vocais. Céu interpreta “Doce Demora”, uma bela canção em homenagem à filha do casal, Rosa Morena, de 3 anos. Outro bom momento promete ser a participação do talentoso rapper Criolo em “Para Mulatu”. Laura Lavieri também integra o time com o tema “Sal e Amor”.