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Grupo invade galeria e destrói obras na Vila Madalena

"Foi um ataque de ódio", diz fotógrafo Choque; pichadores escreveram palavras como "impostor" e "safado"

Por Nataly Costa
Atualizado em 5 dez 2016, 12h15 - Publicado em 23 jul 2015, 19h54

Cinco pessoas entraram em uma galeria na Vila Madalena, na Zona Oeste de São Paulo, e danificaram seis obras do fotógrafo paulistano Choque, cujo trabalho tem a arte urbana e a pichação como foco principal. O crime aconteceu na última terça (21), às 15h30, e foi documentado por um fotógrafo profissional amigo do grupo de invasores. 

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De acordo com o dono da Galeria Crivo, João Paulo Possos, dois garotos estiveram no local há uma semana como visitantes. Na terça, voltaram com mais três pessoas e encurralaram o gerente do local. “Não usaram violência física, mas o impediram de sair ou pedir ajuda”, conta. Em menos de dez minutos, picharam todas as paredes em que estavam as fotos de Choque. “Eles vieram só com tinta branca e prata, ou seja, já sabiam que as paredes eram pretas”, afirma Possos. 

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“Impostor”, “safado” e “não precisamos de você” foram alguns dos xingamentos escritos pelos pichadores, que assinaram a “intervenção”: eles são o Pixo Manifesto Escrito e têm Choque como um inimigo declarado. Em 2010, o fotógrafo – que havia passado os quatro anos anteriores pesquisando e documentando o universo da pichação em São Paulo – fez um vídeo chamado Uma Última Noite, em que mostra o grafiteiro Guigo pichando um prédio na Avenida Rebouças. No meio do trabalho, o rapaz caiu de uma altura de nove andares. As imagens mostram que seus companheiros da época saíram sem prestar socorro – foi Choque quem chamou a ambulância e ofereceu ajuda. Guigo, porém, não sobreviveu ao acidente. 

 

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A divulgação do vídeo criou um atrito entre o fotógrafo e alguns pichadores. “Eles alegam que eu não tenho autorização de uso de imagem, o que é mentira”, conta o fotógrafo. Uma Última Noite chegou a ser mostrado na Bienal de São Paulo em 2010. “Na época, fizeram ameaças, mandaram tirar o vídeo do ar, mas depois parou. Não entendo porque agora, cinco anos depois, fizeram isso”.

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Para o artista, o ataque foi pessoal e uma manifestação de ódio contra o seu trabalho. “As fotos eu imprimo de novo, tudo certo. Mas a exposição acabou”, afirma. A mostra ficaria em cartaz na Galeria Crivo até o dia 30.

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