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Grupo de mulheres se reúne em restaurante para tricotar

Estabelecimento da Rua Augusta recebe turma de cerca de vinte mulheres uma vez por mês

Por Fernando Cassaro
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h31

Sempre que elas se juntam, o tricô rola solto. Nos sentidos figurado (de fofoca apimentada) e literal da palavra. Falamos de uma turma que, nos últimos tempos, tornou ainda mais diversa a já variada fauna social da Rua Augusta, point de modernos e descolados. Ali, na esquina com a Antônio Carlos, fica o reduto das tricoteiras. São cerca de vinte mulheres que passam uma tarde por mês, geralmente de sábado, entre agulhas, novelos e, ninguém é de ferro, uma cervejinha. Se alguém conta que nem com reza forte conseguiu tecer determinado ponto, uma delas prontamente dá uma aulinha para ajudar. “Além de trocarmos experiência, damos muita risada”, diz a secretária executiva Grace Burns-Krebs, 49 anos, uma das responsáveis pelas reuniões.

Muitas delas só se conheciam pela internet, como participantes de uma lista de e-mails chamada Montricot. Um belo dia, Grace e outras três das 150 integrantes da comunidade virtual, insatisfeitas com a qualidade dos fios de uma marca de linhas (cujo nome elas se recusam a divulgar), formaram uma comitiva para ir à fábrica se queixar. “Daí, começamos a pensar num encontro mensal”, lembra. Os primeiros foram na praça de alimentação da Estação São Bento do Metrô, trocada há um ano pelo restaurante Athenas, a duas quadras da Avenida Paulista.

É interessante observar a reação de quem as vê ali. Primeiro pelo contraste entre o hábito um tantinho antigo de tricotar e o vi-sual moderno de quem ocupa as mesas vizinhas (alguns chegam a pedir para tirar foto ao lado delas). Depois porque não é todo dia que alguém cruza com dezenas de senhoras divididas entre tecer um casaquinho e tomar um drinque, não é mesmo? Chama atenção ainda o ar jovial de algumas participantes. Sobretudo a engenheira mecânica Milena Popovic, 29 anos, a caçula do pedaço. “Como sou mais nova, acharam que eu só podia estar grávida para participar desse tipo de reunião”, conta ela, cujo primeiro contato com o tricô foi na infância. O sucesso do grupo paulistano inspirou similares em Porto Alegre, Curitiba e no Rio de Janeiro. Há também quem encare a estrada para rever as amigas, como a psicóloga Teresinha Alcova, 53 anos, moradora de Bragança Paulista, a 90 quilômetros de São Paulo. Não perde um encontro. “Vale muito a pena”, diz. “Além de aprender pontos novos, aproveito os momentos de descontração.”

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