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Estudantes contam o que pensam sobre o futuro

Com mais opções de carreiras, aumentam as dúvidas dos jovens

Por Maurício Xavier (colaboraram Flora Monteiro e Nathalia Zaccaro)
Atualizado em 29 dez 2016, 13h04 - Publicado em 3 fev 2012, 23h50

A edição de 1988 do GUIA DO ESTUDANTE, da Editora Abril, apresentava 116 opções de carreira. A do ano passado enumerava 219, um aumento de 88%. Com a ampliação do cardápio de alternativas, cresceram também as dúvidas. O Indicador Brasileiro de Temperamentos para Adolescentes, do Centro de Integração Empresa-Escola, pesquisou as preferências de mais de 1 milhão de alunos entre 600 profissões: as mais procuradas são administração (8,2%) e direito (4,7%). “Cerca de 75% dos estudantes escolhem seu futuro guiados por interesses financeiros e status”, afirma a pedagoga e orientadora de carreiras Maria da Luz Calegari. “Em geral, esse grupo não gosta de estudar, perde o interesse rapidamente e troca de curso já no 2º ano da faculdade.” Cada vez mais, os colégios tentam colaborar para amenizar os prejuízos da árdua decisão. “A partir do 9º ano do ensino fundamental, oferecemos a Jornada Profissional, em que pessoas de diferentes áreas explicam como funciona sua atividade”, diz a diretora do nível II da unidade Panamby do Colégio Visconde de Porto Seguro, Kátia Chedid.

Além da vasta oferta, o imediatismo é um traço da atual geração. “Os jovens de hoje têm dificuldade para pensar a longo prazo. É tudo para agora”, constata o diretor da unidade Cerro Corá do Colégio Oswald de Andrade, Harlei Florentino. Na rede pública, o problema é a pressão para o ingresso rápido no mercado de trabalho. É comum o aluno pegar o primeiro emprego que aparece pela frente para ajudar a família. O efeito colateral disso é o abandono da sala de aula.

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De acordo com o último Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais de 2010, 10% dos matriculados no ensino médio no Brasil deixam o colégio. “A escola pública não corresponde às expectativas do aluno, ele não vê como aquilo vai servir para a sua vida e então começa a trabalhar”, afirma o secretário municipal de Educação, Alexandre Alves Schneider. O curioso é que, alguns anos depois, se verifica uma tendência de retorno ao mundo acadêmico. “Quando chega aos 25 anos, o jovem da periferia percebe que vai precisar de uma faculdade para conseguir um emprego melhor e se matricula em um cursinho”, diz a diretora executiva da Fundação Victor Civita, Angela Dannemann.

 

O que eles dizem

“Eu não quero fazer faculdade, quero trabalhar logo, ganhar meu dinheiro com o meu suor. Cansei de estudar.”9º ano do ensino fundamental, escola pública

“Eu gostaria de fazer três faculdades: engenharia, arquitetura e biologia. A que der mais dinheiro eu sigo.”9º ano do ensino fundamental, escola pública

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“Queria ser ator desde pequeno, mas vou fazer administração por segurança.”3º ano do ensino médio, escola particular

“Sou padeiro desde os 10 anos. Desempregado eu não fico porque tenho uma profissão especializada. Não vou fazer faculdade.”9º ano do ensino fundamental, escola pública

“Eu tinha certeza do que ia fazer, mas foi chegando perto e bateu a dúvida entre arquitetura e direito. Se decidir errado, é para a vida toda.”3º ano do ensino médio, escola particular

“O vestibular é tosco. Você passa a vida inteira estudando e é uma prova que decide a sua vida.”3º ano do ensino médio, escola particular

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