Fotógrafa é furtada no Aeroporto de Congonhas após cobrir Olimpíada
Adriana Spaca perdeu laptop, iPad e centenas de registros de uma fase importante de sua carreira profissional
Impotência, tristeza e revolta. É assim que a fotógrafa Adriana Spaca descreve seus sentimentos após ter sido furtada na última terça (16), no Aeroporto de Congonhas. Ela perdeu laptop – emprestado por um amigo – e iPad. Isso sem falar nas fotos, seus trabalhos, suas lembranças… Adriana retornava de uma temporada de trabalho em Salvador, onde foi cobrir alguns jogos de futebol da Olimpíada. Aqui, ela dá um depoimento sobre o crime.
“Em 2015, como todo repórter fotográfico que cobre esportes, fiquei muito contente ao ser escalada pela agência onde trabalho para registrar as partidas de futebol da Olimpíada Rio 2016 que aconteceriam na cidade de Salvador. Foi praticamente um ano de preparativos, já que passaria dezesseis dias na capital baiana.
Fui para Salvador e meus problemas começaram no primeiro jogo: Alemanha x México. Uma garoa fina caiu sobre meu computador, que ficou em uma mesa de apoio ao lado do campo de futebol, e ele simplesmente parou de funcionar. Nós, fotógrafos, deixamos o aparelho ali para enviar as fotos imediatamente para a agência. Depois dessa pane tecnológica, pensei: como iria trabalhar nos outros jogos? Um amigo meu, solidário com a minha situação, mandou seu laptop de São Paulo para que eu pudesse continuar o meu serviço. Bola pra frente.
Sou muito grata por ele ter feito isso por mim. Foram vários dias de competições, entre eles a emocionante partida do Brasil e Dinamarca. No dia seguinte a esse jogo, uma das fotos que fiz foi selecionada para estampar a capa do jornal Folha de S. Paulo. Uma outra imagem que fiz da mesma partida foi publicada pelo Neymar em sua conta no Instagram. Fiquei muito satisfeita com o resultado e repercussão do meu trabalho.
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Ontem, dia 16 de agosto, voltei para casa no voo da madrugada. Desci às 6h da manhã no Aeroporto de Congonhas. O computador do meu amigo estava em um case onde também coloquei o meu iPad. A última vez que os vi foi em Salvador, quando precisei tirá-los para passar pelo Raio X. Peguei minha bagagem no aeroporto de São Paulo e coloquei o case na cestinha do carrinho. Por cima, coloquei minha bolsa de mão. Parei para tomar um café, sempre com o carrinho na minha frente. Depois, fui esperar pelo meu marido no setor de embarque, pois o de desembarque estava muito lotado.
Quando cheguei no meu prédio, por volta das 8h15, percebi a falta do meu case ainda no estacionamento. Fiquei muito triste, me sentindo impotente. Como alguém se profissionaliza em fazer algo tão mal para as pessoas? Se aproveitou de um momento em que você está cansada, com sono, baqueada. Não sei em que momento fui furtada. Provavelmente enquanto esperava meu marido e coloquei o carrinho encostado da parede. Naquele computador estavam as imagens que fiz durante uma etapa muito importante na minha carreira profissional. Além de tudo, o dispositivo era emprestado.
Após o choque inicial, peguei o carro e fui até Congonhas. Primeiro estive no Achados e Perdidos da companhia aérea, mas nada. Depois, no mesmo setor do aeroporto. Nenhum sinal do laptop. Foi então que me direcionei à delegacia de lá, onde fui bem atendida. O policial me contou que já havia prendido três pessoas por causa de furtos por ali. Ser roubado em Congonhas é algo recorrente, infelizmente. A polícia vai analisar as imagens e fazer uma investigação. Meu iPdad, que tinha rastreador, ainda não foi ligado pelos bandidos.