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Fome, bolhas e lágrimas: a rotina das candidatas a miss Brasil

A dura preparação das candidatas que disputam o título neste domingo em São Paulo

Por Fernando Cassaro
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h30

Vida de beldade não é fácil. As 27 candidatas a levar a coroa de a mulher mais bela do país suam os modelitos durante a preparação para o Miss Brasil. Na última segunda-feira, seis dias antes da final – marcada para este domingo (13) no Citibank Hall, em Moema, com transmissão ao vivo pela Band a partir das 20h30 –, elas passaram quinze horas sobre saltos de 10 centímetros, participaram de ensaios estafantes, provaram as roupas da competição e assistiram a palestras sobre os mais variados temas (de noções de etiqueta a como se portar diante de jornalistas). Durante dez dias, elas ficam concentradas, sem contato com amigos ou parentes, em um estúdio no Butantã. Chegam ali às 8h30 e só saem às 23 horas, direto para o hotel. Para nenhuma desmaiar com suas dietas de faquir, são obrigadas a comer a cada três horas, nem que seja uma barrinha de cereais.

Por causa dessa rotina, os nervos das moças ficam à flor da pele, a ponto de uma espinha no nariz ou a simples lembrança de suas raízes nas palestras de motivação pessoal resultarem em um rio de lágrimas. “Estou há seis anos longe da minha mãe”, afirma, chorosa, a miss Tocantins, Kelly Bezerra de Aquino, de 22 anos, que desde 2006 participa de concursos de beleza. “Deixei minha casa muito cedo para chegar aqui.” Toda a programação tem de ser seguida à risca. E ai de quem descer do salto. Para não perder o charme, entre uma atividade e outra elas retocam o batom e penteiam os cabelos. Sempre de olho na concorrente, claro. “Se a maquiagem dá um destaque maior ao look de uma, as outras já começam a pedir mudanças”, conta o maquiador Jean Gueller. A cada flash disparado surgem 27 sorrisos na direção do clarão. Todas usam exatamente a mesma roupa no confinamento. Mas como identificar cada uma delas? Simples. Elas nunca tiram do peito a faixa com o nome de seu estado.

O duro programa de ensaios sobre saltos faz estragos. É raro uma candidata não ter de cobrir os pés com esparadrapos por causa das bolhas. “Ser miss dói”, afirma a goiana Cyntia de Oliveira Cordeiro e Souza, de 25 anos. E requer planejamento. A capixaba Francielem Ramos Riguete, de 21 anos, gastou cerca de 20 000 reais com uma turbinada nos seios e cursos de passarela, etiqueta e oratória. Tudo no mês de março, logo após ser eleita no Espírito Santo. Quem for escolhida miss Brasil leva prêmios que somam 280 000 reais e uma série de contratos publicitários. As regras não impedem que as candidatas se produzam nem exigem que sejam nascidas ou vivam no estado que representam. A de São Paulo, por exemplo, nasceu em Contagem, Minas Gerais, mas foi indicada pelo município de Caieiras, na região metro-politana. “Liguei para a prefeitura de lá e perguntei se poderia defender a cidade”, diz Janaína Bar-celos, de 19 anos. Ela passou então a ser chamada de “miss biônica”.

Sempre na cola das meninas ficam as “chaperonas”, como são conhecidas as babás de miss. Elas se responsabilizam por conseguir tudo de que as candidatas precisam, de brincos e anéis a remédios para dor de cabeça. “É como se fôssemos a segunda mãe delas”, conta Maria Helena Palhares. “Muitas vezes, oferecemos o ombro também.” A disputa deste ano tem duas particularidades: representando Mato Grosso do Sul está uma índia terena e, defendendo a bandeira cearense, uma surda. Por não escutar, Vanessa Lima Vidal, de 24 anos, faz a marcação da coreografia de maneira peculiar. “Presto atenção nas indicações do professor e memorizo o tempo de que preciso para cada passo”, diz ela, que se tornou uma espécie de símbolo do atual concurso.

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