Há três anos, o Instituto Italiano de Cultura doou 270 000 reais para restaurar a fonte Milão–São Paulo, na Praça Cidade de Milão, próxima ao Parque do Ibirapuera. Não demorou para o investimento escoar ralo abaixo. Vândalos picharam o monumento, inaugurado em 1962, quando as duas metrópoles foram consideradas cidades irmãs, e quebraram as bombas d’água. Em novembro, a prefeitura eliminou os garranchos, mas a falta de fiscalização permitiu que os marginais voltassem a agir. “É uma pena porque na limpeza utilizamos produtos químicos danosos à estrutura das obras”, afirma Mirthes Baffi, diretora do Departamento de Patrimônio Histórico. “Precisaríamos de 100 000 reais para recuperar o monumento”, diz Fabio Lepique, subprefeito da Vila Mariana. “Não temos esse dinheiro.” Certamente sairia mais barato aos cofres públicos aplicar a lei. Pichar é crime, com penas de multa e detenção de três meses a um ano. Basta ver quanto a cidade está emporcalhada para saber que a atuação das autoridades é falha. A impunidade transformou São Paulo em uma imundície. Até quando?