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“A justiça vai vir de Deus”, diz filha de gari atropelado por universitária

Eliane Ferraz afirmou estar em paz e com orgulho do pai. Responsável pelo acidente, a estudante Hivena Queiroz se apresentou à polícia nesta segunda (22)

Por Ana Luiza Cardoso
Atualizado em 1 jun 2017, 16h47 - Publicado em 23 jun 2015, 18h03

A filha do gari que morreu atropelado no último dia 16 Eliane Ferraz, de 36 anos, diz não querer mal à universitária Hivena Queiroz Del Pintor Vieira, responsável pelo acidente. “Nós estamos em paz e com orgulho dele. Agora, se a consciência dela está paz, a gente não sabe”, disse em entrevista a VEJA SÃO PAULO. A estudante de arquitetura, de 24 anos, se apresentou à polícia na manhã desta segunda-feira (22) para depor sobre o atropelamento de Alceu Ferraz, de 61 anos. Ela poderá responder por homicídio culposo, omissão de socorro, fuga do local de acidente e lesão corporal. Aguarda em liberdade, em seu apartamento em Moema, na Zona Sul.

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“A justiça vai vir de Deus. A do homem, neste país, infelizmente, não funciona”, disse Eliane. Ela conversou com o pai um dia antes do acidente. Como de costume, viu quando ele fez o jantar, antes de sair para o trabalho, lavou a louça e brincou com os bichos de estimação. Tinha oito cachorros e três passarinhos. Aposentado há dois anos, não abandonava o emprego porque não conseguia estar parado.

“Ficava inquieto até mesmo nas férias”, afirmou. De acordo com o advogado da família, cunhado de Eliane, Hivena nem olhou para ele na delegacia quando se encontraram, nesta segunda. Eliane também negou que a família foi procurada, desmentindo nota de esclarecimento divulgada pelo advogado de Hivena, Artur Barros Freitas Osti.

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Em depoimento, Hivena contou que saía de carro, um Peugeot 207, da casa de uma amiga, em Higienópolis, à meia noite do último dia 16, quando viu uma movimentação na Avenida São João, do lado direito do seu carro, e acelerou. Na fuga, atingiu algo que não conseguiu identificar na hora. Ela não estava alcoolizada, segundo o advogado Osti. Mesmo assim, continuou dirigindo porque ficou com medo de ser alguém jogando uma pedra no veículo. “Ela não sabia o que tinha atingido o vidro do carro”, explicou.

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Hivena então ligou para o 190 e relatou que havia batido em algo. Segundo o advogado, foi orientada pelo atendente a ir a uma delegacia próxima de casa. Seguiu para uma delegacia em Moema, onde foi aconselhada a prestar depoimento em uma delegacia próxima ao ocorrido, o 8ª DP, no Brás. Esse trajeto teria levado três horas, o que justificaria o tempo que ela demorou para relatar o caso.

Horas depois, às 6h da manhã, Hivena embarcou para Cuiabá para visitar a família. Segundo o advogado, a passagem havia sido comprada uma semana antes e a viagem foi comunicada e autorizada na delegacia. A estudante só tomou conhecimento da morte de Alceu Ferraz na sexta-feira (19), ao assistir ao noticiário. “Ela está abalada”, afirmou Osti.

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