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Paris é aqui

Para comemorar o feriado nacional da França no domingo (14), mapeamos o que vale a pena ver e provar para se sentir em Paris sem precisar embarcar no próximo voo

Por Simone Esmanhotto e Bruno Machado
Atualizado em 1 jun 2017, 17h37 - Publicado em 12 jul 2013, 21h20

Confira abaixo alguns cantinhos franceses espalhados pela cidade selecionados por quem mais entende do assunto.

 

Maurice Nahory, diretor-geral da Aliança Francesa

Mora há cinco anos em São Paulo. Escolheu Higienópolis e aproveita as redondezas a pé como um bom parisiense. Acha impressionante a influência francesa no que restou dos casarões da Avenida Higienópolis. “Me lembram as mansões de Neuilly-sur-Seine”, diz ele, sobre o bairro a oeste de Paris. Sente a presença do seu país de origem principalmente no contato com editores, professores da USP que, segundo ele “falam sobre história, literatura e política como se fossem meus conterrâneos e, na maioria dos casos, no perfeito domínio da língua”. Mesmo diante de quem não fala sequer  “bonjour”. “O dono do empório de vinhos perto de casa sabe tudo sobre Bordeaux e Bourgognes e já visitou vários châteaux”, diz ele. “Sabe mais sobre vinhos franceses do que eu.”  

Teatro Municipal. “A escadaria do Municipal me leva direto ao Ópera Garnier”, diz.

Parque da Juventude. “É uma descoberta recente e ali consigo reproduzir o hábito parisiense de se sentar num parque para descansar e conversar.”

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Empório Net Drinks. “Fica bem perto de casa. É um lugar simples e o dono, mesmo sem falar francês, indica os melhores rótulos, garrafas que às vezes eu nem conheço. Sem contar a boa relação custo-benefício.”

Mercearia do Francês. “Me lembra muito uma brasserie francesa, um lugar para algo simples e saboroso. Peço quiches e salada com magret de canard.”

La Casserole. “Frequento muito para os nossos pratos mais característicos. Adoro o steak tartare.”

Douce France. “Recomendo o Mogador, um mousse de chocolate com — como vocês chamam mesmo aquelas frutinhas vermelhas — framboises? Além dos endereços próprios, eles também estão na sede da Aliança, no centro, um edifício assinado por Jacques Pilon.”

Instituto Tomie Ohtake. “As exposições me fazem sentir que em São Paulo eu estou tão por dentro do mundo da cultura quando em Paris.”

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Raí de Oliveira
Raí de Oliveira ()

Raí de Oliveira, atleta e empresário

Raí saiu do São Paulo para jogar no Paris Saint-Germain, o PSG. Em Paris, ficou por cinco anos. Na cidade, ele conta, cresceu e apareceu seu gosto por arte, moda, vinhos. “Fiz questão de me aperfeiçoar no francês para absorver ao máximo a cultura e a história do país”, diz ele. Sempre que tinha tempo, deixava de bater bola para bater perna pelas ruas da capital francesa. Continua até hoje no meio de campo entre as duas cidades — mas vinhos mesmo, sempre comprando na França. “Adoro os Bordeaux e os da região de Bourgogne.”

Le Vin. “Gosto muito de comer um confit de canard.”

La Tartine “Vou sempre que me dá saudade de um bistrô bem parisiense.” 

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Reserva Cultural. “Tem a melhor programação de filmes franceses da cidade.”

Isabella Giobbi
Isabella Giobbi ()

Isabella Giobbi, estilista

Isabella estudou na Itália, mas é a Paris que pertence seu coração. Ela viaja para a capital francesa pelo menos uma vez por ano — e de lá volta com a mala abarrotada de queijos e temperos comprados na Fromagerie de Grenelle ou na Grande Épicerie do Le Bon Marché. “Adoro cozinhar”, diz.

Casa Santa Luzia. “Eles têm queijos deliciosos. Parece que eu estou na rua de Grenelle.”

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Empório Mercantil. “É o lugar que vou sempre para vinhos tintos e champanhe — ótimos rótulos a bons preços!”

Uemura Flores. “Uma das coisas que os franceses valorizam é ter sempre flores frescas em casa. Nos finais de semana, vou sempre comprá-las, deixando minha casa com um ar parisiense!”

céline Fakhouri e Sabine Diamant
céline Fakhouri e Sabine Diamant ()

Céline Fakhouri e Sabine Diamant, festeiras da Pardon my French

Céline tem 15 anos de São Paulo. Sabine, duas temporadas diferentes — agora ela não tira mais os saltos da cidade, já que acaba de casar com um paulistano. Juntas, elas criaram uma agência que produz festas à française. É delas toda a produção do Bailinho da Bastille, o baile que comemora o feriado nacional francês em pleno Sesc Pompéia na segunda (15)

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Bonheur du Pains. “Acabou de abrir e tem o melhor croissant de São Paulo! O Benjamin, o padeiro, pesquisou meses para chegar no perfeito croissant e o chausson aux pommes, massa folheada com compota de maça caseira, tem cheiro de lá mesmo.”

Tartar & Co. “O restaurante do Erick Jacquin é superbrasserie para o tartar tradicional e o cassoulet no inverno.” 

Bar Secreto. “Tem sotaque da boîte Le Baron e do La Clique — espaço pequeno, superconfidencial, shows inesperados.”

Le French Bazaar. “Pelo boudin noir e o entrecôte au poivre! E a carta de vinhos é superespecial.”

La Brasserie Erick Jacquin - Luxo
La Brasserie Erick Jacquin – Luxo ()

Erick Jacquin, chef do La Brasserie

“O centro de São Paulo me lembra muito o centro popular de Paris, que é a capital e a mais populosa cidade da França. Lojas e grandes empresas em uma mesma região, por isso a movimentação de pessoas também é parecida, com muitos trabalhadores e turistas circulando ao longo do dia”

Sophie Lechevalier
Sophie Lechevalier ()

Sophie Lechevalier, diretora do Comité Champagne

Há pouco mais de um ano em São Paulo, Sophie se instalou no escritório do Paraíso e daqui comemorou uma conquista: borbulhantes produzidos fora da região de Champagne tem que se conformar ao rótulo “espumante”. O Brasil já é o décimo maior consumidor das garrafas saídas dos vinhedos em torno de Reims, a pouco menos de duas horas de Paris. 

Pinacoteca. “Pela beleza do edifício e qualidade das exposições.”

Sala São Paulo. “Não perco os concertos de música clássica, especialmente os de piano. A programação daqui equivale a da Salle Pleyel, uma das mais importantes da capital francesa.”

La Brasserie. “Adoro o lagostim com palmito de pupunha.”

Bettina d´Archemont
Bettina d´Archemont ()

Bettina d´Archemont, dona da Secrets de Famille

Bettina partiu para Grenoble fazer doutorado. Lá, se casou com um francês de uma família de antiquários. Morou na França por 15 anos. De volta a São Paulo, abriu a loja de decoração e objetos para montar uma casa à provençal. Ainda mantém um apartamento no Marais, em Paris, onde se hospeda pelo menos quatro vezes por ano.

Palácio Campos Elíseos. “A arquitetura paulistana é prova viva da influência francesa. Dentre os vários prédios históricos, destaco o Palácio Campos Elíseos, inspirado no castelo de Écouén. A construção do século XIX possui quatro luxuosos andares e vitrais belíssimos, como poucos.”

Livraria Francesa. “Inaugurada há mais de sessenta anos, é referência quando pensamos em cultura, língua e literatura francesas em São Paulo. Possui mais de 100.000 títulos ao gosto de todos os tipos de leitores. Ainda conta com o charmoso Café Monteil, que oferece delícias típicas como croque-monsier e croissants.”

Pati Piva Chocolate e Café. “É muito conhecida pelos chocolates, mas gosto especialmente macarrons e brioches, que seguem a cartilha das melhores pâtisseries de Paris. O meu brioche preferido é de rosbife, chevrè, ervas e mostarda. Já dos macarrons, escolho baunilha. Tudo acompanhado pelos chás da marca Marriage Frères. É o lugar ideal para quem quer provar estas legítimas iguarias francesas e não tem muito tempo, pois tudo é servido com agilidade e ótima apresentação.”

Deli Paris. “O bordão do lugar é “Um pedacinho da França em São Paulo” e a sensação é essa mesma. O clima de café parisiense impera e é possível ficar horas conversando e provando as delícias oferecidas.”

Vila Penteado. “Um ótimo exemplo da arquitetura da Belle Époque paulista é a antiga residência da Vila Penteado, em Higienópolis, que hoje abriga o departamento de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. A legendário palacete abrigou a família Álvares Penteado no início do século XX.”

Maison de la France. “É o Departamento Oficial de Turismo Francês em São Paulo. Lá você consegue dicas e aconselhamento para planejar da melhor maneira possível sua viagem à França.”

Masp. “A coleção de arte francesa é a mais extensa do museu, com destaque para os impressionistas e pós-impressionistas. Dentre os ícones da pintura e escultura vale a pena conferir Rodin, Renoir, Monet, Matisse, Delacroix, Toulouse Lautrec, Cézanne, Gauguin, dentre outros.”

Laurent Suaudeau
Laurent Suaudeau ()

Laurent Suadeau, chef

Para o chef que trocou o vale do Loire pelas praias cariocas na década de 1980, não há um lugar específico em São Paulo que lembre Paris. “O Centro e as suas fachadas me trazem uma lembrança da cidade. Infelizmente, com a ganância imobiliária, a cidade está perdendo sua memória e sua identidade”. Para Suadeau, mais do que em prédios ou monumentos, o verdadeiro espírito francês esteve presente na cidade durante as últimas manifestações populares, que tomaram e pararam diversas vias da cidade. “O referencial para qualquer protesto e reivindicação ainda é a Revolução de 1789”, afirma.

Heloísa Bacellar
Heloísa Bacellar ()

Heloísa Bacellar, chef do Lá da Venda

O intercâmbio entre o Brasil e a França já é velho conhecido da chef que em junho, participou do evento Le Brésil – Rive Gauche, onde ensinou o público francês a usar algumas iguarias típicas francesas. “O resultado que eu espero é uma receita rústica, mas com um toque de requinte. Minhas técnicas culinárias são todas herdadas da minha experiência em Paris”, afirma Heloísa. “Com a técnica correta, você pode extrair o melhor de um ingrediente e tornar um prato medíocre uma refeição espetacular”.

Olivier Anquier_terraço paulistano 2187
Olivier Anquier_terraço paulistano 2187 ()

Olivier Anquier, chef

Anquier trocou sua Montfermeil natal, a 17km de Paris pelo Brasil em 1979, e em 2007 se naturalizou brasileiro. Ganhou fama por conta de programas de televisão com passagens pela Band e o canal pago GNT e defende a vida no atribulado centro de São Paulo. “É a parte da cidade que mais me recorda de Paris. O clima, o jeito de se morar. Definitivamente, o centro paulistano tem alma parisiense”, afirma o chef que até 2011 morou no Edifício Esther, na Praça da República. Trocou de prédio, mas não de endereço. “É um dos meus lugares preferidos da cidade. Para mim o Edifício São Luís é o mais parisiense de São Paulo”. 

Albane Le Marie
Albane Le Marie ()

Albane le Marié, sócia do Le Jardin Secret

Aos 20 anos, Albane le Marié deixou Paris. Em São Paulo, ao lado das amigas Fernanda Rosset e Ana Carolina Urquiza, a parisiense Albane montou o Le Jardin Secret. A charmosa pâtisserie, fundada em 2011 na Vila Madalena se especializou na produção de delicados docinhos com um inusitado ingrediente: flores cristalizadas, vindas diretamente da França. “Dentro do ateliê da loja, me sinto como no sudeste francês”, comenta a jovem empresária. “Também gosto de ir  L’Entrecôte, ao L’Amitié e ao Le Pain Quotidien. São lugares em que a comida e a atmosfera são muito parisienses.”

Marie-France Henry, proprietária do Le Casserole

“O Teatro Municipal, por conta da arquitetura, é um dos pontos mais franceses da cidade”, afirma a proprietária de um dos mais tradicionais restaurantes da cidade. “Mas há também outras pequenas joias escondidas. “Para mim, a Praça Villaboim é um deles, pois me lembra os bairros boêmios de Paris”.

 

Confira abaixo uma lista de espetáculos e filmes em cartaz na cidade de autores franceses.

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