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Danilo Gentili fala sobre infância e carreira em entrevista

Pedro Dias, 12 anos, virou repórter da VEJA SÃO PAULO por um dia e conversou com o humorista do programa 'CQC', da Band

Por Pedro Dias
Atualizado em 5 dez 2016, 18h34 - Publicado em 1 out 2010, 23h42

Formado em publicidade e nascido em Santo André, Danilo Gentili faz sucesso no ‘CQC’, programa da Rede Bandeirantes, ao abordar autoridades em tom de piada e contestação. Seu primeiro personagem ali foi o Repórter Inexperiente, cuja bisonhice irritava os entrevistados. Em seu apartamento na Bela Vista, ele recebeu um iniciante de verdade: o estudante Pedro Dias, de 12 anos, que fez as vezes de repórter de VEJA SÃO PAULO.

+ Confira o vídeo da entrevista com Danilo Gentili

Pedro: Você apanhava muito quando era garoto?

Danilo: Apanhava. Do meu pai, na rua… Eu era folgado.

Pedro: E o que você acha da nova lei de agressão contra os menores?

Danilo: Agora o adulto não pode bater em criança, certo? O que o médico vai fazer quando o bebê nascer? Vai segurá-lo e dizer: “Chora que eu não posso mais bater em você”.

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Pedro: Como é entrevistar políticos correndo o risco de apanhar com o Brasil inteiro assistindo?

Danilo: Tem lei para proteger você de apanhar, mas a mim a lei não protege. É o risco da profissão. Mas não acontece só comigo. Já vi fotógrafo tomar porrada. No tumulto, todo mundo apanha.

Pedro:
Como você mantém a compostura diante do cinismo e da cara de pau dos entrevistados? Não dá vontade de voar na jugular deles?

Danilo: Dá. E às vezes eu voo, mas o programa é editado e pareço civilizado. Não tenho compostura nenhuma

Pedro: Você ia bem na escola?

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Danilo: De nota até que eu ia. De comportamento, não.

Pedro: O que você fazia antes do ‘Custe o que Custar’? Já era repórter?

Danilo: Fiz de tudo. Carreguei caixa em shopping, trabalhei em gráfica… Mas não me considero repórter. Isso é ofender quem estuda jornalismo. Sou humorista, uma profissão para a qual não precisa estudar nada. É igual a ser presidente.

Pedro: Você é piadista desde criança ou evoluiu no CQC?

Danilo: Lá eu regredi. Eu era o engraçadinho da escola, fazia piadinha e ninguém ria. Mas eu insistia.

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Pedro: O que você faz quando uma piada sai errado?

Danilo: Xi… Isso acontece de monte. Eu vou para a próxima. Na televisão, vai para o ar a piada que dá certo. A não ser que o editor queira me sacanear, o que ocorre bastante.

Pedro: As piadas que saem na bancada do CQC são ensaiadas?

Danilo: São roteirizadas. Os responsáveis por aquilo são dois blogueiros que viraram roteiristas (Alex Baldin e Marco Aurélio Góis dos Santos). Às vezes, o Rafinha (Bastos) e o (Marco) Luque soltam alguma de improviso, mas a maioria está ali. Trabalho fácil, né?

Pedro: O que você viu de mais bizarro na propaganda eleitoral?

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Danilo: Tudo é bizarro. Mas penso que qualquer um tem o direito de se candidatar. Isso é democracia. O que não acho democrático é ser obrigado a votar.

Pedro: Queria ficar em casa, né?

Danilo: É. Rindo deles na televisão. Não tenho vontade de votar.

Pedro: É por isso que este país não vai para a frente.

Danilo: Foi você que bolou as perguntas?

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Pedro: A maioria foi. Também pedi ajuda a um amigo.

Danilo: Você quer ser repórter?

Pedro: Eu não. E acabar como você?

Danilo: É, não faz isso. O que você quer ser então?

Pedro: Eu estava pensando em ser arqueólogo.

Danilo: Por causa do Indiana Jones?

Pedro: Não, porque gosto de história. Acho interessante essas relíquias que são preservadas ao longo do tempo. Mas estudar para acabar professor em universidade?

Danilo: Ah, você tem de ir para fora. Eu já li que tem brasileira fazendo escavação no Egito…

Pedro: Isso é como ganhar na loteria. Não é sempre que você encontra um Macchu Picchu, por exemplo.

Danilo: Também não é sempre que um cara sai de Santo André e vira comediante. Não pode pensar assim. Tem de fazer o que gosta, cara.

Pedro: E você está gostando de mim como Repórter Inexperiente por um dia?

Danilo: Estou, mas você está mais experiente do que eu no começo.

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